30/10/2003

Ainda a Vídeo-Instalação

A propósito do texto deste blog "Vídeo-Instalação", o leitor (a) Mariposa deixou este comentário:

"Não olhe para a "arte contemporanea" com tanto escárnio!
-Quer dizer que á 150 anos é que ainda se fazia arte?Ou à 250?300? Imagine-se agora a ver artistas a reporuzirem Giocondas ou Vénus de Milo a serem esculpidas...qual o interesse? Só integradas num determinado contexto pensaria mais tarde ou mais cedo!
O que me parece é que olha com um certo vazio para a rte contemporanea, aquela que transforma em obra de arte uma cenoura dentro de um sapato, Aproxime-se deste mundo e vai descobrir muitos aspectos interessantes...e não se esqueça que também vive na era do "vazio" que se reflecte na criação! Ha!"

Eu não olho com escárnio para a arte contemporânea. Pelo contrário. Aliás, o que eu escrevi nesse post foi que, apesar de EU não me identificar com o seu estilo e de sentir que não a percebo convenientemente, mesmo assim divulgo as suas actividades por pensar que é uma forma tão válida como outra qualquer. No entanto, também sei, e acho que vai concordar comigo, que esta nova forma de massificação da arte, onde qualquer um, qualquer coisa, qualquer momento, é uma obra de arte (e estou a falar, por exemplo, de instalações, onde até uma cenoura dentro de um sapato, como diz, é arte, ou um filme onde se mostra simplesmente o movimento de uma rua durante cinco minutos - será que as filmagens das câmaras dos supermercados são afinal grandes obras de cinema??), leva a que haja muita coisa feita sem valor, sem nexo, apenas pela necessidade de irreverência ou diferença, e que existam muitos oportunistas no meio de bons e inovadores artistas. Bom, mas a luta pela irreverência isso também pode ser arte. É necessário primeiro definir o que é, com critérios demasiado limitados para o mundo de hoje. Enfim, é um assunto complexo para a qual convido quem quiser a participar.

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