30/07/2004

Os incêndios

Continuo chocado e sem perceber como é possível que, ano após ano, aconteçam calamidades como a vaga de incêndios no nosso País. Quais são afinal as causas de todos estes incêndios? Falta de atenção das pessoas? Fogo posto? Mera subida do calor? Ou, como diz o Correio da Manhã hoje, falta de planeamento e de criação de planos de acção para a prevenção dos incêndios?
É muito complicado para mim perceber toda esta situação, ainda mais quando fico completamente arrasado com as imagens que nos chegam pela televisão dia após dia, do sofrimento das pessoas, dos bens perdidos, das vidas destruídas.
Lembro-me, como já tive oportunidade de referir em algumas crónicas que escrevi, que, quando em 2002, participei na Gala Nacional dos Bombeiros Voluntários com um poema escrito especificamente para a ocasião, os avisos eram muitos, as promessas de criação de planos de prevenção e aumento de fundos governamentais para o combate a este flagelo também.
No entanto, todos nos lembramos da desgraça que aconteceu no ano anterior. Neste, caminhamos para uma equivalente. Será que não há maneira de se traçar um plano realmente efectivo para, pelo menos, diminuir o problema?
Já agora, convido-os a lerem a crónica que escrevi no dia 6 de Agosto de 2003 sobre o tema, e que, infelizmente, continua a ser terrivelmente actual.

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28/07/2004

Visita obrigatória

O Atelier Arte e Expressão é uma associação que comemora agora quinze anos e de cuja direcção tenho a honra de ser Presidente. Muitas são as actividades culturais e sociais que levamos a cabo, e brevemente poderei colocar aqui um linque para a nova página na internet, onde poderão conhecê-la melhor.
No entanto, agora, gostava de vos convidar a visitar esta página: http://www.geocities.com/polypus2003/
Trata-se da página elaborada por jovens em risco, entre os 15 e os 21 anos, que o Atelier, através de um projecto com a colaboração da União Europeia, chamado Polypus, tenta reintegrar e formar. Visitem a página e participem nos jogos que eles criam.
É importante para saberem que a sua página é popular e que vale a pena fazer coisas construtivas. É importante o apoio de todos.

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Tempo escasso

O tempo anda escasso, entre saídas para visitar eventos, como o Mercado Medieval de Óbidos, que foi excelente e demonstra o que uma autarquia pequena pode fazer desde que tenha arrojo, imaginação e qualidade, saídas nocturnas, trabalho a dobrar para compensar o Agosto passado em férias e a obrigatória quota de horas dispensada para os amigos e família.
Mas prometo compensar aqueles que, teimosamente, ainda vão visitando esta página para ler os meus posts. É só mais dois ou três dias e terei outra vez disponibilidade consonante com a necessidade de um blogue pessoal.

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18/07/2004

Agustina

Mais vale tarde do que nunca. Leio a entrevista que Agustina Bessa-Luís deu ao Público e à Renascença e retenho um excerto que gostaria de partilhar.
"Lembro-me do meu irmão dizer, quando comecei a escrever, que se estivesse na América seria rapidamente célebre. E eu dizia que felizmente isso não acontece. Porque é muito importante a dificuldade. É preciso sentir que não é fácil escrever - como não é, de resto, fácil viver. O [escritor] Ferreira de Castro dizia que era preciso ter cuidado com o êxito fácil. E é um bom conselho. "
É, de facto, um óptimo conselho para qualquer momento da vida.

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16/07/2004

Barrabás

Muitos dias de ausência por excesso de afazeres e alguma falta de inspiração para posts curtos. Pelo meio, o recomeço de um romance que estava parado a meio há mais tempo do que devia, e o regresso à leitura de bons romances.
Reconciliado com a leitura (há alguns meses que simplesmente não me conseguia concentrar em qualquer livro), em dez dias, três excelentes obras, que todas aconselho: "A Cartuxa de Parma", de Stendhal, "Barrabás", de Par Lagerkvist, e "Seara de Vento", de Manuel da Fonseca.
"Barrabás", particularmente, é impressionante. Lagerkvist conseguiu encarnar na personagem bíblica, neste criminoso que foi libertado da cruz para que Jesus fosse crucificado, toda a humanidade, os seus anseios, as dúvidas, a vontade de ter fé e de acreditar, os medos, as fraquezas e as forças. Barrabás é uma personagem fascinante, com o seu drama cruel de tentar perceber por que razão é que a justiça o libertou, sendo culpado de vários crimes, deixando um homem inocente, que pregava o amor e a paz, ser castigado. Sempre tive vontade de me debruçar sobre esta figura para um romance. Mas, agora, depois de ler este livro, percebo que não vale a pena. Não poderia nunca criar uma obra que dignificasse mais a excelência desta figura do que a que acabei de ler.

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03/07/2004

Sophia

Não há nada a fazer quando a morte chama o nome dos Homens. Não há nada que se possa fazer para impedir essa viagem, dolorosa para os que ficam, incógnita para os que partem.
Sophia de Mello Breynner Andresen foi chamada e deixou mais pobre um País que, ainda que pouco dado à leitura e poesia, sabia reconhecer o seu talento, a forma límpida como escrevia a natureza e o amor, a magia das crianças e as pequenas coisas do dia a dia.
É sempre fácil fazer homenagens quando alguém parte. Nessas alturas, todos são recordados pelo bem e pelo talento. No meu caso, sinto-me absolvido. Prestei-lhe homenagem cada vez que me emocionei com os seus poemas. E, mais singelamente na altura, mas agora de uma importância acrescida, quando dei o seu nome a uma gata branca e de olhar azul e sonhador que veio parar a minha casa.
E essa ainda aqui está, ao meu lado, deitada confortavelmente a dormir, como se lhe nascesse no sonho algum novo poema.

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01/07/2004

PP

É impressão minha ou ninguém ficou espantado com o facto de, no meio de toda esta polémica com a saída de Durão Barroso para a Europa, o Partido Popular, normalmente tão inflamado e crítico, apoiar sem reservas qualquer decisão do PSD a respeito da sucessão do ex-primeiro-ministro?
O que alguns lugares no Governo não fazem...

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A universalidade de Portugal

A coisa bonita de ser português é esta universalidade que nos acompanha. Neste momento, quase todo o mundo, incluindo os adeptos dos países que foram eliminados por Portugal, estão a torcer pela nossa vitória na final do Europeu.
As manifestações de alegria e os festejos no Brasil, em Timor, em Moçambique, em Angola, as crianças holandesas que gritavam por Portugal no final do encontro, tudo isso demonstra bem essa magia que acompanhou sempre o nosso povo ao longo das eras.
Nunca fomos conquistadores nem guerreiros. Fomos sempre colonizadores e companheiros de cultura e vida, pelo que não temos inimigos nem vendettas. E essa universalidade está também patente na criatividade que nos acompanha, que choca muito com a eficiência e método que a vida por vezes exige, mas que é a maior de todas as qualidades, se for utilizada com confiança e sem complexos.
Seria tão bom que esta fase de optimismo, de alegria e de confiança na nossa genialidade enquanto povo não terminasse com o euro, com o seu sucesso desportivo e organizativo. Que se mantenha sempre.

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