21/12/2009

Britanny Murphy encontrada morta

Mau ano para Hollywood. Morreu a actriz Britanny Murphy, em circunstâncias misteriosas. A actriz foi encontrada morta na sua banheira, após uma chamada de emergência para os Bombeiros de LA.

Recordemo-la agora revendo a grande obra de Frank Miller e Robert Rodriguez, "Sin City". Um sugestão, apenas. De qualquer forma, poderemos vê-la no cinema outra vez em 2010, em três filmes diferentes que já tinha terminado de gravar, com destaque para "The Expendables" (supostamente traduzido no futuro como "Os Dispensáveis"), com Sylvester Stalone.

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Jesualdo vergonhoso

O Benfica ganhou com justiça, com titulares lesionados e suspensos e contra erros graves do árbitro, como aquele penalty escandaloso do traidor Cristian Rodriguez e, depois, uma agressão selvagem ao Xavi Garcia.

O Porto perdeu, mas não deixa de ser uma boa equipa por isso, que ainda vai lutar pelo título. Agora Jesualdo Ferreira provou, com as suas declarações, que pode ter ganho títulos ao serviço do seu clube, mas não tem estofo de campeão nem um pingo de classe.

Perante o que se passou na Luz hoje, o que mais é necessário para um treinador admitir que a outra equipa foi simplesmente melhor? Será assim tão difícil ter, uma vez na vida, um pingo de honestidade e fazer do futebol um desporto, como devia ser?

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18/12/2009

Avatar: obra prima entre os blockbusters (Post longo)

Assisti à estreia nacional do novo filme de James Cameron, “Avatar”. E a verdade é que o filme, que custou oficialmente 230 milhões de dólares, e não oficialmente perto de meio bilião, é uma obra prima dentro do seu género.

Obviamente que, sendo um blockbuster cheio de acção, explosões e efeitos especiais, contém momentos previsíveis e clichés, mas que não poderiam faltar para que fosse bom dentro do género. Também há, na sequência do enredo, algo que não é totalmente original, podendo mesmo ser comparado em alguns elementos a “O Último Samurai” ou “Danças com Lobos”, embora com uma roupagem e cenários completamente diferente. Mas quanto ao resto, bem, quanto ao resto, tudo é genial.

James Cameron queria fazer este filme há quinze anos, mas só agora conseguiu a tecnologia necessária para o tornar realidade. E em boa hora isso foi possível, pois “Avatar” é um banquete para os sentidos. As cores, as paisagens, as criaturas, os efeitos, o som, a animação gerada por computador (CGI), as sequências de combate, tudo isto e muito mais será o suficiente para deixar qualquer um de boca aberta, ainda mais se visualizado com os devidos óculos 3D.

O filme conta a história da colonização de uma lua chamada “Pandora” (qualquer ligação com o mito da Caixa de Pandora não é coincidência, com a esperança a ser a única coisa que ainda resta) pelos humanos, cento e cinquenta anos no futuro. Nesta lua existe um precioso metal que os humanos tentam explorar a todo o custo, não se importando, para isso, de colocar em risco o riquíssimo habitat natural e o povo indígena do planeta. Para se integrarem na sociedade indígena, criam os “Avatares”. Um pouco à semelhança de outro filme que saiu este ano, “Os Substitutos”, com Bruce Willis, os Avatares são criaturas controladas à distância pelos cérebros humanos, mas que misturam o DNA do seu condutor com o dos indígenas, permitindo assim a sua aceitação na sociedade de Pandora.

E é precisamente a sociedade de Pandora, com toda a sua sabedoria ancestral e ligação dos Na’vi (assim se chamam os habitantes) à natureza, as cores ricas e maravilhas naturais que se encontram nos cenários, que colocam o primeiro espanto na boca dos espectadores.

Tentando não revelar o enredo, passo imediatamente para as considerações seguintes. O elenco não é particularmente conceituado, com as respeitosas excepções de Sigourney Weaver, que mais uma vez se associa a Cameron para interagir com extra-terrestres, e de Michelle Rodriguez, esta num papel mais secundário, mas é sólido. E, de qualquer forma, com todos os efeitos especiais e com a animação computorizada em redor dos Na’vi e dos Avatares, tecnologia que alcança um nível nunca antes alcançado, principalmente ao nível do movimento e das expressões faciais, o elenco não era de todo o mais importante.

Aliás, como piada, lembrei-me, durante o filme, de um episódio da série “Entourage” (com o título muito mal escolhido “A Vedeta”, em Portugal), onde James Cameron entra, interpretando-se a si próprio. Nesse episódio, o personagem Ari Gold brinca com o facto de Cameron ser um adepto das novas tecnologias, dizendo que qualquer dia o cinema nem vai precisar de actores. Responde Cameron, com um ar sério, que daqui a cinco anos, isso tornar-se-á realidade. A ver por “Avatar”, ele não estava a brincar.

Bom ano para Sam Worthington, no papel principal representado um marine paraplégico que assume o comando de um dos Avatares e se integra na sociedade Na’vi, que, sem mostrar o carisma necessário para o papel, consegue ainda assim destaque em dois dos blockbusters do ano, depois de ter participado também em “Terminator: Salvation”, ao lado de Christian Bale.

Mas, mais do que tudo, para quem quiser ver este filme além do espectáculo de cor e fantasia, “Avatar” fala-nos de consciência ecológica. Mas não se trata da normal propaganda sobre o meio ambiente que tantas vezes ouvimos, não são os simples apelos para não tratar mal os animais, fechar a torneira ou não incendiar as florestas, nem emails que se reencaminham cheios de imagens chocantes e que são esquecidos em seguida. “Avatar” fala-nos de algo muito superior a tudo isso, fala-nos da necessidade da humanidade entender a forma complexa como ela própria faz parte da natureza de uma forma muito mais espiritual do que entende, da forma divina como estamos interligados a tudo o que existe e que, por isso, salvar o ambiente deixa de ser um acto de caridade ou bondade, para passar a ser inclusive um acto lógico de sobrevivência e auto-preservação.

Fala do entendimento que é necessário ter para com cada um de nós para que o que está em redor também evolua. “Eu vejo-te”, dizem os Na’vi, sendo esta uma expressão de iluminação do seu povo. Sim, porque na maior parte dos casos nós, humanos, andamos pela rua sem vermos realmente ninguém.

Os humanos, enquanto colonizadores gananciosos, enquanto empresários cegos em busca do minério, sacrificando vidas e a natureza, ficam mal vistos neste filme de Cameron, que acaba por retratar o que também se passa no nosso próprio planeta. Mas, se é a raça humana em geral, com a sua ganância e frieza, a grande vilã do filme, Cameron não deixa também de fazer um pouco de política e criticar as invasões por questões económicas, como a do Iraque, ou as chacinas da Amazónia.

Resumindo, “Avatar” é, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano e vem mudar muito do que se faz em cinema no que diz respeito à animação gerada por computador e ao 3D. Mas, acima de tudo, é uma experiência fabulosa para os sentidos que ninguém deve perder.

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11/12/2009

Larry David no seu melhor

Uma delícia absoluta o último episódio da sétima temporada de "Curb Your Enthusiasm". Larry David, criador e argumentista da maior parte dos episódios da sitcom de maior êxito da história da televisão, "Seinfeld", aparece no seu melhor, com todo o elenco de Seinfeld (Jerry, Jason Alexander (George Constanza), Julia Louis-Dryfus (Elaine Benis), Michael Richards (Cosmo Kramer) e os outros que fazem de Newman, Benia, etc, a interpretarem-se a si próprios enquanto actores) a simular a gravação de um suposto episódio de reunião do grupo.

Enquanto isso, Larry tenta reconquistar a ex-mulher.

Para isso, Larry David cria um enredo complicado onde George tenta reconquistar a sua ex-mulher, fazendo a personagem da série viver o mesmo que ele próprio está a viver. E, claro, convida a sua ex-mulher na realidade para fazer o papel de ex-mulher de George na série.

Toda a série é brilhante, mas este episódio é de antologia.

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10/12/2009

O Magalhães e os sites porno

O DN deu a notícia que afinal existem problemas de segurança nos "Magalhães". Parece que existe uma página oficial do computador que ensina a desbloquear os conteúdos proíbidos e as crianças podem, facilmente, navegar pelos sites pornográficos ou por onde quiserem. Importante informação, sem dúvida, e as medidas a serem tomadas são urgentes.

Mas, para termos todos certeza de que é verdade, o DN coloca na notícia o link para a tal página.

Assim não há como os putos se enganarem. Os que ainda não sabiam como, podem agora facilmente seguir o link proporcionado pelo jornal e aprender a desbloquear os sistemas de controle parental.

Agora, OK, a notícia fica mais completa assim. Mas não dá vontade de rir que a emenda seja pior do que o problema?

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09/12/2009

Pequena entrevista a Bruno Simões

Uma das alegrias que tive nos últimos anos foi a hipótese de conhecer e trabalhar com o Bruno Simões, um excelente artista 3D que tem estado a trabalhar, em Londres, nos efeitos especiais de vários dos filmes que todos vemos no cinema, entre os quais os últimos da saga do Harry Potter e Crónicas de Narnia.

Temos vários projectos em comum, entre eles uma média-metragem de animação chamada "Abril", que já está num estado de projecto muito avançado e com alguns nomes de peso confirmados no elenco, e outro que, apesar de ainda não poder revelar, me encherá de orgulho daqui a alguns meses.

De qualquer forma, serve esta pequena introdução para explicar que lhe fiz uma pequenina entrevista para um jornal com o qual colaboro, entrevista essa que passo a transcrever.

O cinema é uma paixão de sempre? E dentro do cinema, quando e como te envolveste com a área da animação?
Sim, sempre gostei muito de cinema, mas foi só já depois de miúdo que comecei a pensar nele como uma área onde poderia vir a trabalhar. O facto de o cinema em Portugal ser uma indústria tão pequena faz com que seja visto como uma opção de carreira algo irrealista e demasiado sonhadora. O meu contacto com a animação ocorreu durante a universidade na ESAD das Caldas da Rainha, onde me licenciei em Design Multimédia.

Como iniciaste o teu percurso profissional em Londres?
O contacto com a animação aguçou-me o apetite e fez com que decidisse aprofundar os estudos, o que me levou até a Barcelona para fazer um mestrado em Cinema de Animação. Acabado este mestrado, resolvi mudar-me para Londres, já que é lá que se encontra a maior indústria de animação e efeitos visuais da Europa.

Trabalhas como artista 3D nos filmes da saga do Harry Potter. Como te sentes quando vês o sucesso mundial desses filmes? E como é trabalhar num projecto tão grande?
Comecei a trabalhar na saga do Harry Potter já no quinto filme, por isso o seu sucesso já não era surpresa nenhuma. Confesso que não era um fã, mas depois de trabalhar nos filmes percebi o culto e a importância que estes filmes têm para toda uma geração que cresceu com os livros e os filmes, e passei a admirá-los de uma forma diferente. Quanto a trabalhar num projecto tão grande, e devido a ter tido a sorte de começar logo por aqui, e de já ter trabalhado em 4 filmes da saga, a verdade é que ainda não sei como é trabalhar num projecto mais pequeno!

Tens em desenvolvimento um projecto em Portugal chamado "Abril". Em que consiste e em que fase está?
"Abril" é um projecto para uma curta-metragem de animação passada em Lisboa nos dias que antecedem a revolução de 1974, e que conta a história de um pequeno rapaz chamado João, que se viu obrigado a ficar sozinho durante os últimos dias da revolução. Neste momento, o projecto encontra-se em fase de pré-produção, conceitos de arte e testes de animação, e passará brevemente à fase de busca de financiamento.

O que pensas do cinema português?
Não conheço o cinema português tão bem como gostaria, daí ser-me difícil falar, mas para uma indústria tão pequena, é bom ver as excepções pontuais de elevada qualidade que vão surgindo pontualmente.

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Umberto Eco e o Google

Numa entrevista ao Der Spiegel (aqui traduzida para português), Umberto Eco afirmou, no meio de uma sequência lógica de pensamentos, perguntas e respostas, que o Google era a tragédia dos jovens, frase imediatamente utilizada para título da entrevista. Obviamente que numa primeira vista e fora de contexto, a frase parece estranha e motivou logo grande movimentação em blogues e nos fórums dos órgãos de comunicação social.

Curiosamente, não me parece que haja sequer motivo de polémica. Afinal, se é verdade que a internet (não o Google, porque não é o único motor que existe) permite um acesso rápido e fácil a uma quantidade quase infinita de informação, também é verdade que é difícil saber qual dessa informação é verdadeira ou não. É isso que é preciso ter em atenção.

Por isso, o alerta de Eco faz todo o sentido e que já tinha defendido em algumas conversas com amigos. Uma das preocupações futuras que os sistemas de educação devem ter é ensinar o estudante a discernir entre o que é verdade ou mentira, entre o que é informação válida ou criação. Afinal, cada vez mais o importante não é deter toda a informação dentro do cérebro, mas sim saber como, rapidamente, obter o que é necessário para cada ocasião.

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Os Substitutos - Opinião sobre o filme

Apesar de muitas vezes explorado, o tema de “Os Substitutos” apresenta-se como cada vez mais actual e necessário na sociedade contemporânea. Desde o “1984” de Orwel até ao “Matrix” dos Irmãos Wachowski, passando por “Equilibrium” (fabuloso e pouco conhecido filme com Cristian Bale, Dominic Purcel e Sean Bean), o tema do re-despertar de uma sociedade adormecida e robótica em direcção ao regresso à humanidade tem sido uma constante nas obras de ficção científica.

Talvez porque os autores percebem como estamos cada vez mais dependentes da tecnologia, como cada vez mais nos esquecemos das nossas verdadeiras origens, nos colocamos mais longe dos sentimentos e desligamos da verdadeira ligação com os outros, entrando numa espiral de narcisismo e busca exagerada de status e conforto. Essa tendência, com o passar do tempo e o progresso das tecnologias, poderá tornar-se no mundo tenebroso que todas as estas obras retratam, onde o ser humano passará a ser completamente robotizado e sem qualquer capacidade de humanização.

No caso, “Surrogates” acrescenta uma outra dimensão ao problema e trata-o de uma forma original. Com a criação de versões robóticas de cada um de nós, possibilitando a cada um desfrutar a vida, indirectamente, através do conforto e segurança da sua casa, deitados com electrodos ligados à cabeça, acrescenta-se o tema da vaidade extrema e do narcisismo, pois todos os novos “robots” pessoais são fisicamente perfeitos, fortes, sem defeitos de espécie alguma, transformando a sociedade numa grande mansão da Barbie. Ou, se quisermos ir ainda mais longe, trazendo para uma realidade mais próxima e destorcida na sua intenção fenómenos como o jogo online “Second Life”, onde cada jogador desenvolve uma personagem virtual onde poderá fazer tudo o que quiser e ser aquilo com que sempre sonhou, vivendo numa sociedade constituída por outros jogadores de todas as partes do mundo, com uma economia própria, dinheiro real, eventos, etc.

Bruce Willis - que, apesar de não atingir o brilhantismo de outros filmes, tem um bom desempenho - é um agente da FBI que, ao investigar o assassinato do filho do criador de todo o novo sistema de Robots, começa a perceber como a humanidade está agora diferente. A partir dessa investigação, uma série de eventos, traições e revoluções vão acontecer, até que, no final, se decidirá o que é melhor: a perfeição de uma vida cheia de mentiras, frieza e máscaras, ou a imperfeição de sermos humanos e sentirmos cada pequena coisa à nossa volta.

De resto, destaque positivo para os efeitos especiais e para a excelente caracterização dos personagens, bem como à expressividade dos vários actores que representam os robots, aparentemente felizes mas completamente sem vida.

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