28/05/2004

Não sou deste mundo

No programa da RTP sobre o Euro 2004, o apresentador dispara esta frase fantástica: "E agora vamos falar da dúvida que todos têm. Como vai ser a vida sexual dos jogadores da selecção portugal durante o euro?"
Não sei se disse a verdade e este é um assunto que interessa a toda a gente, mas, a mim, juro que não. Se calhar não sou deste mundo, ou então não sou tão liberal e amante dos prazeres do sexo como pensava que era.

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26/05/2004

Campeões

O Futebol Clube do Porto venceu a Liga dos Campeões.
Sou benfiquista e sei que isto foi apenas futebol, algo que não é realmente importante para a humanidade, sei que os jogadores ganham rios de dinheiro, enquanto milhões de pessoas passam fome.
Então, por que razão é que, desde que o Porto se sagrou campeão europeu, eu não consigo tirar este sorriso da cara, nem impedir que esta lágrima teimosa de alegria me caia pelo rosto?

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25/05/2004

Portugal no seu melhor

Num laivo de ingenuidade, fazendo zapping, vi que estava a ser transmitida na SIC a entrega dos Globos de Ouro, a pirosa e imitação barata portuguesa dos Óscares. Estupefacto com o mau gosto dos vestidos das apresentadoras e com as piadas sem piada que diziam, deixei-me ver quem ganharia o prémio para melhor série de ficção e comédia.
Quando a apresentadora anunciou o nome do vencedor, "Os malucos do riso", voltei à realidade. Mudei de canal imediatamente.
É o País que temos. É o País que merecemos.

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24/05/2004

Somos todos campeões de xadrez

Estava com um amigo a jogar uma partida amigável de xadrez num bar da minha cidade e apercebi-me do seguinte:

- 75 por cento das pessoas que passam, quando vislumbram um jogo de xadrez a decorrer, não conseguem evitar um comentário, sendo que, dessas pessoas:

90 por cento afirma não jogar uma partida há muito tempo ("Epá, xadrez! Já não jogo isso há tanto tempo!").
85 por cento afirma que faltam apenas duas jogadas para ser feito o cheque mate (mesmo que o jogador que move a peça a seguir esteja reduzido ao rei)
80 por cento pergunta qual dos jogadores é o Kasparov (uma percentagem mais reduzida pergunta também pelo Karpov)

Confesso que não fazia ideia de que o xadrez era dantes (há muito tempo) um desporto tão popular. Mas, afinal, que raio terá feito com que agora tão pouca gente jogue, se, há muito tempo, 90 por cento das pessoas eram campeã da modalidade?

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23/05/2004

Tróia e os eternos críticos

Já se sabe que há sempre que dizer mal das coisas. No entanto, confesso que não compreendo muito bem como é que existem certas críticas tão negativas ao filme. O argumento usado para a maior parte delas prende-se com as diferenças entre o filme e "A Ilíada", de Homero.
Parece-me que é urgente que algumas pessoas percebam que um autor tem todo o direito de criar uma versão de uma história já contada antes. As diferenças seriam graves, sim, se o filme fosse assumido como a transposição da obra de Homero para o cinema. Não, não se trata disso, até porque muitos episódios que aparecem no filme correspondem a outros livros, que não a "Ilíada", como, por exemplo, a famosa cena do Cavalo que pertence a outra obra de Homero, "A Odisseia". Este é um filme, independente, chamado "Tróia", que se baseia em episódios narrados na literatura grega, retirando os que não interessam aos seus autores, para criar um novo enredo.
E o que eu acho mais engraçado nas críticas feitas por maior parte dos "fanáticos" da Ilíada é que se esquecem de que a própria mitologia grega tem várias versões para as mesmas histórias. Por exemplo, existe uma versão que diz que Aquiles foi criado no meio das mulheres da corte de Licomedes, uma vez que a sua mãe Tétis tinha medo que se cumprisse a profecia de que teria uma vida de glória, mas curta. Nessa versão, foi Ulisses que, com a sua inteligência, conseguiu descobri-lo no meio das mulheres e o convenceu a ir para Tróia.
Era só o que faltava, um autor não poder pegar numa obra já existente e criar novas estórias e enredos (Saramago não poderia, por exemplo, ter escrito "O ano da morte de Ricardo Reis", nem Kundera poderia ter escrito "Jaques e o seu Amo", nem Marion Zimmer Bradley poderia ter escrito "As Brumas de Avalon" ou "Presságio de Fogo").
A minha opinião sobre o filme é a que já dei no outro dia: é um bom filme, com boas interpretações, bons efeitos visuais, alguma emoção e ritmo. Isto, claro, se percebermos que as omissões e as diferenças em relação à versão que é mais conhecida, são intencionais e destinam-se a criar uma nova história, um novo filme.
Como já escrevi num post anterior, eu também gostaria de ter visto Cassandra, Hécuba, Eneias com maior destaque, e muitas cenas que são memoráveis, também gostava que Aquiles tivesse morrido antes do Cavalo de Tróia e com uma só flecha no seu calcanhar (até porque é a morte de Aquiles que faz com que os troianos acreditem na desmoralização e fuga dos gregos), etc, etc. Mas, para isso, lerei os clássicos.
Quando entrei no cinema, sabia de uma coisa. Não ia ver "A Ilíada", de Homero. Ia ver "Tróia", de Peterson.

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22/05/2004

Esperteza saloia

Um exemplo prático da incompetência do actual governo português: A Bombardier vai fechar as suas portas, deixando no desemprego cerca de 400 trabalhadores em Portugal. Ao mesmo tempo, o Metro do Porto encomenda-lhe comboios, num negócio milionário.
Não haveria forma de, através das encomendas, negociar a manutenção da fábrica em Portugal? Ou então, não se deveria demonstrar à empresa o erro de sair do País e realizar a encomenda a outra empresa?
Não sei, como é óbvio, não estive nas negociações. Mas soa tanto a azelhice...

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21/05/2004

Tróia

"Tróia" é um bom filme. Bem realizado, com uma fotografia excelente, com algumas boas interpretações, com efeitos visuais memoráveis.
No entanto, só poderá ser considerado um bom filme, se nos esquecermos da Íliada, a obra em que se baseou. Percebo que uma adaptação pode conter alterações à história inicial, e, neste caso, até se percebe que fosse difícil contar todo o enredo em apenas um filme, pelo que as alterações seriam obrigatórias. No entanto, não creio que tenham sido felizes.
São várias as diferenças que, para mim, não fazem sentido:

- A mais grave é a ausência da personagem Cassandra, uma das mais fascinantes da história da literatura. A irmã gémea de Páris, a maior profetiza de todos os tempos, mas amaldiçoada por Apolo com o facto de nunca ninguém acreditar nas suas profecias. Teria sido fascinante ver o seu desespero a avisar os troianos para não deixarem o cavalo entrar nas muralhas. As ausências de Hécuba, rainha de Tróia, e Laocoonte, sacerdote.
- Onde estão as amazonas? Teria sido visualmente fascinante ver as amazonas a cavalgar e a lutar do lado de Tróia, bem como o combate entre Aquiles e Pentasileia, a mais pdoerosa das amazonas.
- As mortes de Menelau e Aggamemnon, principalmente deste último, que é visto no filme apenas como um vilão, quando se tratava de um rei justo e honrado.
- A fugaz aparição de Eneias, herói do épico "Eneida", que era príncipe de Tróia e que no filme aparece como um qualquer fugitivo, a quem Páris entrega a Espada de Tróia.
- Páris não fugiu com Helena e os outros troianos. Páris morreu em Tróia, através das flechas de Filocletes, e Helena regressou a Menelau. É uma alteração demasiado grande, que muda completamente o sentido da epopeia.
- A relação entre Aquiles e Pátrocolo. Eles não eram primos, eram amigos e amantes. Mas é claro que seria difícil para um filme destes colocar Brad Pitt no papel de um bisexual. As fãs não iriam gostar.
- Briseide era uma escrava anónima, não era membro da família real troiana. E Aquiles morreu através das flechas de Páris, sim, mas antes do Cavalo de Tróia entrar na cidade, durante uma batalha. E não foi com cinco ou seis flechas. Foi com apenas uma, envenada, no calcanhar, que era o seu único ponto fraco, após ter sido banhado, em criança, pela sua mãe nas águas de um rio, seguro pelo calcanhar que, assim, não entrou em contacto com a água.
- A ausência dos deuses que, afinal de contas, motivaram toda a guerra. Páris foi abandonado pelo pai e criado por pastores devido aos presságios de que traria a destruição da cidade. Pastoreava os rebanhos naquele monte, quando lhe apareceram três deusas, que disputavam o prêmio da beleza. Deram-lhe a maçã da discórdia para que a entregasse à mais bela e, por recompensa de ter escolhido Afrodite, foi-lhe prometido o amor da mais bela das mulheres. Mais tarde, reconciliado com o pai, Páris foi enviado à Grécia para negociar a paz. Foi então que se apaixonou por Helena e foi correspondido, como havia prometido a deusa. Essa foi a razão da guerra, uma contenda dos deuses. A ausência deste pormenor também altera completamente todo o sentido do filme.

Havia muitas mais diferenças a salientar, mas, como escrevi inicialmente, é preciso olhar para Tróia como uma versão da vida de Aquiles e Heitor, não como a passagem da Íliada a cinema. Como nova versão, é um bom filme. Como adaptação do livro, é péssimo.

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19/05/2004

A Flor da Esperança

Uma breve nota de imprensa para dar conhecimento de mais um evento cultural e para explicar uma das razões pelas quais não tenho tido tempo para escrever tanto quanto gostaria neste blogue... mas isto passa... ou não...

"A Hugin Editores e a Livraria Judícibus convidam para a apresentação do livro A FLOR DA ESPERANÇA, de Delmar Domingos de Carvalho, que aborda 32 temas da actualidade, desde a educação, artes, ciências, às religiões, segurança, sexualidade.

A obra será apresentada pelo escritor Luís Costa Pires.

O evento realiza-se no próximo dia 29 de Maio (Sábado), pelas 16h00, na histórica Quinta das Cerejeiras, no Bombarral.

Judícibus, Livraria e Papelaria, Lda.
Rua do Comércio, n.º 45
2540-076 Bombarral
Tel./fax: 262605181
judicibus@netvisao.pt"

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16/05/2004

Ninja

Já depois do jogo ter acabado, Derlei continuava a tentar bater em alguém.
Alguém faz o favor de lhe explicar que aquilo de ele ser chamado de "Ninja" é uma alcunha?
E, já agora, viva o Benfica!

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Mais outra

Nuno Valente, com um golpe digno de Chuck Norris, agrediu o jogador do Benfica Geovanni.
Levou cartão amarelo.
Depois, mais uma agressão. De Maniche, com os pitons, nas costas de Fernando Aguiar. Em bom rigor, deveria ser mais um vermelho. Mas, neste caso, percebo que o árbitro não tenha visto a falta. É que dar um pontapé em Fernando Aguiar é o mesmo que dar um pontapé numa parede de pedra.

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Afinal enganei-me

Perdi a aposta que fiz comigo próprio. Afinal Derlei também pode levar cartões amarelos. Não é nada mau. Um amarelo aos 70 minutos, após duas agressões e umas quantas faltas.
Afinal, Mourinho tinha razão. Lucílio Batista não é homem para apitar uma final.

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15/05/2004

Bruno Baião

Não sei bem o que se pode dizer, mais um jovem atleta de grande futuro e qualidade que desaparece. E, mais uma vez, um atleta do Benfica, que, este ano, viveu diversas tragédias, o que só valoriza os resultados que, ainda assim, foram conseguidos.
Segundo o que dizem os colegas, Bruno Baião caiu inanimado depois de ter recebido a excelente notícia de que iria assinar contrato profissional com o Benfica. Terão sido a alegria e a comoção os responsáveis pelo sucedido.
Como comecei o post, não há muito a dizer sobre o assunto. Apenas que é triste, muito triste.

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Já está

Pronto. O nervosismo e o sono mal dormido deram bom resultado. Estreou a peça "Acorda-me", no Teatro de São Francisco em Lisboa, baseado na minha obra "A Desconstrução da Alma".
Na estreia, mais de 150 pessoas aplaudiram de pé os intervenientes. Eu também o fiz. Gostei muito das interpretações, gostei muito da encenação. O Cláudio Hochman, o Jorge, o Sérgio e a Rita estão de parabéns.
Fica-me mal falar mais da peça, porque sou suspeito. Mas é bom quando vemos as nossas palavras dignificadas num palco por pessoas de grande talento.

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07/05/2004

Do que as mulheres são capazes...

É nestas alturas que se vê as coisas de que uma mulher é capaz de fazer... A minha amiga Sónia escreveu uma coisa tão bonita acerca deste meu blogue e do meu trabalho, que me colocou numa posição complicada. Agora, como é que eu vou conseguir implicar com ela como fazia dantes? Não há direito!
Agora a sério, obrigado. Foi muito importante ler o que tu escreveste. Deu-me mais vontade de continuar.

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06/05/2004

"Acorda-me" no Teatro de São Francisco, em Lisboa

Numa altura em que dei por concluído o meu novo romance (brevemente falarei um pouco mais sobre ele), aproveito agora para fazer um pouco de "auto-publicidade" aos meus trabalhos.
O Teatro de São Francisco, em Lisboa, vai ser, no próximo dia 14 de Maio, o palco da estreia da peça “Acorda-me”, baseado no meu livro “A Desconstrução da Alma”.
A encenação está a cargo de Claudio Hochman, encenador de "O Navio dos Rebeldes" e "Proof" e vai ser posta em cena pela Companhia da Esquina. Será a segunda peça levada a cena por esta jovem companhia de teatro, que foi criada em Novembro de 2003, por decisão de um grupo de actores profissionais, com o objectivo de pesquisar e difundir a cultura ao nível do teatro, da dança e da música, sempre que possível tomando como base a produção de originais. A primeira peça que representaram foi “Rosmaninho & Alecrim”, uma peça musical infantil, com encenação de Guilherme Filipe e texto original de Jorge Gomes Ribeiro. O Teatro de S. Francisco, no Largo da Luz, em Carnide, tem uma sala climatizada com 230 lugares e rampas e lugares acessíveis a deficientes e a Companhia da Esquina conta com o apoio do Centro Cultural Franciscano e da Junta de Freguesia de Carnide.

A peça "Acorda-me" tem a sua dramaturgia baseada no meu primeiro livro de teatro, chamado “A Desconstrução da Alma”, publicado por uma associação social e cultural, o "Atelier Arte e Expressão". Esse foi o meu quarto livro, depois depois de ter já publicado os meus três romances pela Editorial Notícias, “A Rainha de Copas” (prémio Prosas de Estreia 1998), “Depois da Noite” e “Mandrágora”.
Na peça, num mesmo ambiente cénico, coabitam sentimentos opostos, numa história convergente num único sujeito, um paciente encerrado numa cama de hospital. As personagens são misteriosas: Carolina é uma mulher apaixonada. Miguel, um viajante sem passado. Rui é o próprio passado. Num mesmo espaço, o diálogo flutua por códigos éticos e morais, que diferem, por vezes, em intensidade e significado, criando desequilíbrios, ansiedades e angústias em relações proteladas pelo ciclo do eterno recomeçar e pelo desejo de que nada adormeça.
A peça será estreada no dia 14 de Maio, sendo levada a cena todas as quintas, sextas e sábados, pelas 21:30 horas, até ao final de Junho, interpretada por Jorge Gomes Ribeiro, Rita Cruz e Sérgio Moura Afonso. Os bilhetes estão à venda nas FNACs, Ticketline e PLATEIA.IOL e no local, uma hora antes do espectáculo.

Não tenho jeito para fazer esta "auto-publicidade", mas, de qualquer forma, se vos interessar, seria simpático ver-vos lá.

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O meu sonho II

Outra loja chamada "O meu sonho". À semelhança da loja de que já falei uma vez neste blogue, também esta tem um letreiro no vidro. Mas este, bem diferente do outro, diz: "O meu sonho. Contacto 91 xxxxxx".
Que generosos são os proprietários desta loja. Se eu tivesse o contacto telefónico do meu sonho, não o partilhava com mais ninguém e passaria a vida a telefonar para ele.

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02/05/2004

Azar merecido

O Sporting atacou mais, mas o Benfica demonstrou garra a defender. Apesar dos seus jogadores terem mais jogos nas pernas do que os do Sporting, terminou o encontro com mais força física. Só isso, demonstra um trabalho sério e justifica a vitória, apesar de achar que o empate teria sido mais justo.
O Sporting teve algum azar. Mas Dias da Cunha, que, até neste jogo, impecável em termos de arbitragem, consegue arranjar algo para criticar, merece ter azares assim.

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Grita, sente

Ouço o tema "Grita, sente", de Diana Basto, que colaborou com Abrunhosa num dos seus discos e pergunto-me: o que é feito dela? Nunca mais lançou nenhum álbum depois da sua estreia? Porquê, se tem uma voz fantástica e interpreta as músicas com uma garra fenomenal? Será por não andar de mini-saia, ser loura planitada ou ter letras escritas pelos que inventam os brilhantes temas de Emanuel e Ágata?
Dá-se choruda recompensa a quem souber responder a esta pergunta e acrescentar algo sobre a sua carreira.

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01/05/2004

Prevenção rodoviária

Ao ver o novo anúncio da OK Teleseguro percebi por que razão é que os condutores portugueses são tão maus. Proponho que o Governo legisle, a bem da prevenção rodoviária, que as escolas de condução deste País comecem a acrescentar ao "programa curricular" um pequeno módulo que ajude os futuros condutores a saberem o que é um volante, um pneu e as outras partes que compõe um automóvel, para, mais tarde, os mesmos condutores não terem surpresas durante a condução.

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