28/04/2004

Bons Guarda-redes

Quando o Benfica falhou a contratação de Ricardo, no início da época, tive várias discussões com outros benfiquistas e sportinguistas, nas quais eu era o único que acreditava ter sido um golpe de sorte dos encarnados. É que, já na altura, achava que Moreira, jogando, é melhor do que Ricardo. Claramente melhor. E o tempo está a provar isso, com a vantagem do Benfica não ter gasto mais dinheiro desnecessário.
Hoje, a franga monumental contra a Suécia não é a prova de que eu estava certo neste caso. A prova tem sido dada ao longo dos jogos do Sporting. Este golo é apenas a cereja no topo do bolo.
Agora espero que Scolari não seja teimoso e que leve bons guarda-redes à selecção. É que as equipas com que vamos jogar não são o Alverca nem o Estrela da Amadora.

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Os visitantes do blog

Uma das coisas giras do contador de visitantes "Sitemeter" (no canto superior direito do blog) é que se pode saber como vieram parar ao blog os seus visitantes. Estava eu entretido a consultar essa relação, quando fiquei preocupado. É que houve um visitante que chegou aqui ao procurar num motor de busca por "biografia de transsexuais". Outro procurava por "umbigo da Cláudia Mergulhão" e outro ainda por "Bailarinas nuas da televisão".
Ora, obviamente que olhei em redor e não encontrei, para grande pena minha, o umbigo da Cláudia Mergulhão nem nenhuma bailarina nua em nenhum sítio nenhum do blog. Quanto ao resto, achei melhor sequer nem procurar.
Mas não foram só essas as entradas curiosas. Uma, que me deixou de certa forma contente, foi "frases para quem está apaixonado". É bonito que um Dom Juan, desejoso de agradar à sua amada, venha ao meu blog procurar as palavras certas para conquistar o seu amor. É bonito, pronto.
Estranho, estranho, é terem chegado aqui pesquisando por "a forma dos franceses se vestirem" e, pior, por "sumol de ananás" (com a agravante de ter acontecido por duas vezes). Quem é que pesquisa por sumol de ananás? Os sumólicos anónimos? Será que o meu blog, depois de ter escrito um post a falar mal desse anúncio (ver no arquivo, algures), se tornou num possível alvo de ataque da Sumol-Aeda?

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25/04/2004

O slogan de Abril

Se eu tivesse que me definir politicamente, diria que sou de uma esquerda moderada. No entanto, obviamente, não concordo com tudo o que a esquerda faz. E esta polémica em relação ao slogan do 25 de Abril é, para mim, uma idiotice pegada.
Para mim, a palavra "evolução" não é assim tão diferente de "revolução" como parece. Se eu evoluo, é porque, obrigatoriamente, estou a alterar algo em relação ao estado anterior em que estava, o que, num certo sentido, pode ser considerado uma "revolução". No entanto, estou a fazê-lo positivamente. Uma revolução, no fundo, também é alterar o estado anterior das coisas. A diferença é que "evolução" tem uma conotação mais positiva e optimista do que "revolução", que pode ser violenta e, quem sabe, negativa.
No entanto, a esquerda, soberba de ter sido parte integrante do processo de Abril, não admite qualquer mudança no slogan. Porque vive muito dessas coisas, de aparências, de frases, de canções, de cassetes e memórias. Porque, pelos vistos, não tem capacidade de evolução.
Porque prefere falar da revolução e dos tempos dourados em que libertou o País de uma ditadura, do que pensar em melhorar ainda mais as coisas daqui para a frente. E, no entanto, os problemas que existiam antes não eram mais graves do que os que existem hoje. Os tempos eram outros, para cada era os seus problemas. Mas eles existem, muitos, e é preciso pensar e descobrir soluções para eles.
Mas, infelizmente, parece que o ideal de festejo de Abril é apenas relembrar o passado e cantar velhas músicas e hinos da internacional socialista.
Sou da opinião que é importante ter memória, porque se aprende com os erros e com o passado. Mas quem só olha para trás, não conseguirá andar para a frente.
Quanto às manifestações, gostaria de ver o povo português a manifestar-se por casos que valessem a pena. Mas somos um povo de brandos costumes, que se incomoda mais com uma alteração de um slogan do que com a guerra, com as mortes, com o desemprego e com a deteriorização do nível de vida.

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O dia mais feliz

Como todas as pessoas, tenho dias em que me sinto miserável. Tenho dias em que tudo me entristece, em que nada parece bater certo, em que me sinto o mais infeliz dos homens.
Porém, hoje, à hora do almoço, uma adepta do FC Porto dizia, no telejornal, que este dia em que festejava o título dos dragões era, juntamente com o dia do seu casamento, o mais feliz da sua vida. Que vida triste deve ter esta senhora!
Foi nessa altura que eu percebi como a minha vida é boa, porque tenho muitos mais motivos de felicidade do que um clube de futebol ganhar um campeonato.
Quando o meu Benfica voltar a ganhar um campeonato, vou ficar contente e até admito sair para a rua e festejar. Mas, por mais miserável que me sinta às vezes (provavelmente sem razão), continuarei a ter muitos dias muitos mais felizes do que esse.

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Cena estranha

O FC Porto ganhou o campeonato graças à derrota do Sporting em Leiria. As televisões apressaram-se a mostrar os festejos azuis e brancos, nas janelas do hotel onde estagiavam para o encontro com o Alverca.
Agora pergunto-me: o que faziam os jogadores do Porto todos no mesmo quarto, de tronco nú e boxers, abraçados uns aos outros e aos saltos?
Festejavam o título, é claro. É uma resposta óbvia para uma cena estranha.

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23/04/2004

A Paixão de Cristo

Acabei de ver "A Paixão de Cristo". Vou tentar não vou tecer comentários extensos sobre o filme, nem sobre os vários significados e promenores de grande beleza e inspiração que o preenchem, como o Santo Sudário, a figura de Satanás, a interpretação de Maria e de Maria de Magdala, o facto do filme ser falado em aramaico, hebraico e latim, a traição de Judas e a sua loucura, a negação de Pedro, enfim, momentos que dariam, cada um, direito a um post maior do que este. Além disso, há já, com toda a certeza, muitas pessoas a fazê-lo, com interpretações bíblicas e opiniões, muitas delas mais documentadas do que as minhas, apesar de ser um estudioso da Bíblia e dos assuntos esotéricos em geral.
Quero apenas referir uma ou duas coisas. Como cristão convicto e apaixonado (que significa acreditar e tentar seguir as palavras e os ensinamentos de Cristo, o que é bem diferente de pertencer a qualquer entidade religiosa, seja ela qual for), não concordo que Mel Gibson tenha exagerado na violência desta sua "Paixão".
É que, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, não acho que a verdadeira violência nesta obra prima sejam as chicotadas, o sangue, os açoites, a carne a saltar, a cruz, o riso dos executores, a gozação, a coroa de espinho ou o sarcasmo. A tudo isso, infelizmente, estamos nós já habituados. Dificilmente algum realizador de cinema poderia criar imagens mais chocantes a esse nível do que, por exemplo, assistimos em Nova Iorque, em Madrid, na Segunda Guerra Mundial, ou na vida do dia a dia.
A verdadeira violência deste filme, o verdadeiro choque, o que nos coloca em lágrimas e soluços compulsivos é o que aparece nas poucas palavras proferidas por Cristo durante toda a película. O que nos toca fundo não é o bater do chicote nem o arrancar da carne. São as palavras de amor e de esperança, de dádiva, dos flashbacks do que dizia durante a última ceia e o sermão da montanha, que nos são revelados por entre todo o calvário. É a diferença abissal entre as duas realidades. O pedir perdão por quem o mata, filmado de uma forma magistral.
E aí, conhecendo profundamente o sermão da montanha e a grandiosidade das palavras ditas por Jesus, acredito que Mel Gibson poupou os espectadores, ao não colocar mais momentos desses no filme. O público não aguentaria se aparecessem mais alguns dos seus conselhos, mais algumas das suas palavras sábias, algumas delas tão arrasadoras! Essa é a verdadeira violência. Não é ver Jesus chicoteado e pregado na cruz. É vê-lo sorrir, com uma expressão que faz Caviezel merecer o óscar, e dizer simplesmente:
"Não temam, ninguém me pode roubar a vida, porque entrego-a de livre vontade".

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22/04/2004

Operacion Pito Dorado

Se alguém tinha dúvidas de que existem vários elementos do futebol nacional que se comportam como prostitutas, basta olhar para o jornal espanhol "Marca".
É que o famoso periódico de "nuestros hermanos" fala da operação em grande escala levada a cabo pela PJ, que levou à detenção de vários elementos do futebol português, entre os quais o Major Valentim Loureiro e Pinto de Sousa. E, como não podia deixar de ser, em espanhol, a "Operação Apito Dourado" diz-se "Operacion Pito Dorado".
Vou evitar fazer mais piadas fáceis com esta coincidência, mas a verdade é que, neste momento, devem haver muitos dirigentes com o pito aos saltos. Ai isso devem.

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20/04/2004

Ouvi dizer...

Fiquei surpreendido com as corajosas palavras do primeiro-ministro português, ao tentar meter-se na vida política espanhola, acerca do caso da retirada das tropas espanholas do Iraque.
E ouvi dizer que o próprio George Bush também ficou surpreendido, embora não pelo mesmo motivo. É que o presidente americano pensou que, com a saída de Aznar do governo espanhol, aquele seu ajudante também seria imediatamente substituído por alguém de confiança do novo executivo de "nuestros hermanos".

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É isto a liberdade de expressão?

Juro que não percebo. Existem alguns bons participantes no programa (o Bruno Nogueira é brilhante, por exemplo), mas, apesar desses bons exemplos, o "Levanta-te e ri" continua a colocar o Fernando Rocha no ar. E o público adora, demonstrando uma pobreza enorme no que diz respeito ao que é realmente bom humor (vejam algumas boas sitcoms americanas, quase todas as inglesas e, se quiserem ver um comediante em palco, vejam os stand-up comediants americanos, como Seinfeld ou Robin Williams, que não precisam de dizer palavrões para ter piada). Uma sequência de anedotas antigas, outras que se leram semanas antes na internet, noventa e nove por cento delas sobre sexo. Pelo meio, muitas asneiras, repetidas em catadupa, entre as frases da anedota, sem qualquer propósito que não seja ser profundamente ordinário e nojento, como se fosse uma coisa de "macho" dizê-las na televisão a torto e a direito. E o pior é que o público repete as frases em coro, demonstrando não só conhecer profundamente o "artista" como, ainda por cima, gostar e sentir-se bem com aquilo.
Estamos assim tão atrasados em Portugal que ainda nos rimos apenas por ouvir uma asneira? Será que ainda sentimos que estamos a ser livres por dizermos um palavrão? Estamos assim tão atrasados que o nosso ideal de sentido de humor é dizer palavrões ou ouvir anedotas sobre sexo? Será que Freud explicaria este facto com alguma profunda frustração sexual do povo português?
Numa altura em que se diz que "Abril é evolução", pergunto-me se os portugueses fazem a mínima ideia do que é liberdade de expressão. Será que acham que esse direito conseguido tão arduamente se reflecte unicamente na possibilidade de dizer porcaria na televisão? Está na altura de explicar a Portugal que a liberdade de expressão tem a ver com ideias e opiniões, com acção e actividade cívica.
E para os Fernandos Rochas que ganham a vida a repetir palavrões, aproveitando o atraso do País para viverem à grande, agora sim, justificar-se-ia usar as palavras e expressões que ele mais repete nos seus quinze minutos de vómito.

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13/04/2004

De rabo para o ar

Durão Barroso afirmou, em conferência de imprensa, que Portugal, mesmo apesar de tudo o que tem acontecido no Iraque e do perigo de atentados, não irá mudar a sua posição.
Ou seja, vamos continuar de rabo para o ar, à disposição dos americanos.

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