30/10/2003

Ainda a Vídeo-Instalação

A propósito do texto deste blog "Vídeo-Instalação", o leitor (a) Mariposa deixou este comentário:

"Não olhe para a "arte contemporanea" com tanto escárnio!
-Quer dizer que á 150 anos é que ainda se fazia arte?Ou à 250?300? Imagine-se agora a ver artistas a reporuzirem Giocondas ou Vénus de Milo a serem esculpidas...qual o interesse? Só integradas num determinado contexto pensaria mais tarde ou mais cedo!
O que me parece é que olha com um certo vazio para a rte contemporanea, aquela que transforma em obra de arte uma cenoura dentro de um sapato, Aproxime-se deste mundo e vai descobrir muitos aspectos interessantes...e não se esqueça que também vive na era do "vazio" que se reflecte na criação! Ha!"

Eu não olho com escárnio para a arte contemporânea. Pelo contrário. Aliás, o que eu escrevi nesse post foi que, apesar de EU não me identificar com o seu estilo e de sentir que não a percebo convenientemente, mesmo assim divulgo as suas actividades por pensar que é uma forma tão válida como outra qualquer. No entanto, também sei, e acho que vai concordar comigo, que esta nova forma de massificação da arte, onde qualquer um, qualquer coisa, qualquer momento, é uma obra de arte (e estou a falar, por exemplo, de instalações, onde até uma cenoura dentro de um sapato, como diz, é arte, ou um filme onde se mostra simplesmente o movimento de uma rua durante cinco minutos - será que as filmagens das câmaras dos supermercados são afinal grandes obras de cinema??), leva a que haja muita coisa feita sem valor, sem nexo, apenas pela necessidade de irreverência ou diferença, e que existam muitos oportunistas no meio de bons e inovadores artistas. Bom, mas a luta pela irreverência isso também pode ser arte. É necessário primeiro definir o que é, com critérios demasiado limitados para o mundo de hoje. Enfim, é um assunto complexo para a qual convido quem quiser a participar.

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28/10/2003

Enlaçar das mãos

Algumas das vezes em que aparecias sem avisar na minha casa, depois de pousares a mala no sofá e de acariciar o pelo macio dos gatos, depois de espalhares o teu cheiro a flores silvestres pela sala, olhavas-me nos olhos e dizias que querias ficar sozinha comigo no meio de uma multidão. Das primeiras vezes não percebia o que querias dizer, porque era uma frase confusa e porque ainda estava atordoado pela tua aparição súbita, que me enchia sempre de uma alegria contagiante de criança e me deixava capaz de fazer as coisas mais loucas, de dar cambalhotas ou de fazer o pino, de sair para a rua e gritar o que sentia, sei lá, ficava assim, vê bem como ficava, completamente eufórico e inconsequente. Mas, mesmo sem perceber o que querias dizer, confiava em ti cegamente. Não podia fazer outra coisa, se ficava assim, assim de uma forma que não te consigo descrever bem, atordoado, acho que é a palavra mais parecida com aquilo que te quero dizer, sem forças para te dizer que não. Era por isso que te seguia para onde me levavas. E então, porque te seguia cegamente, fosses tu para qualquer lado, íamos sempre para onde houvesse muita gente, para onde houvesse muita confusão e gritaria, para o meio de um estádio de futebol num dia de jogo importante, para a estreia de um filme de grande sucesso, ou para a pista principal de uma discoteca ao fim-de-semana. E tinhas razão. Tudo o que nos rodeava desaparecia quando ficávamos os dois sozinhos, no meio daquelas coisas todas, como se ambos conseguíssemos existir no vazio e os outros estivessem ali apenas para assistir ao enlaçar das nossas mãos.

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Durão na Catedral da Luz

A vaia de assobios que Durão Barroso levou na inauguração do novo estádio do Benfica foi bem demonstrativa do descontentamento que assola o País em relação a este Governo. E, curiosamente, a reacção que o primeiro-ministro teve à monumental vaia também ilustra muitas coisas:
1 - O sorriso cínico com que olhava em volta fala por si próprio quanto à sua atitude geral.
2 - O tropeção que o ia fazendo cair é uma metáfora deste Governo, sempre a balançar com sucessivos problemas, erros e vergonhas, mas sem que, no entanto, caia de vez.
3 - As palavras rápidas e envergonhadas demonstram a falta de conteúdo e de ideias do seu discurso.

Mas, e porque estamos neste País onde o nacional porreirismo continua a vencer e onde as pessoas nunca tomam atitudes, afinal de contas, o que interessa isto tudo, se o Benfica tem um novo estádio e os adeptos até comem a sua relva?

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Pergunta pertinente

Está aí o Orçamento de Estado para 2004. Mais um ano de contenção, embora com um cenário ligeiramente mais animador, em preparação, dizem os entendidos, para a retoma no ano seguinte (coincidentemente em altura de eleições). No entanto, há uma coisa que salta à vista. Numa altura de contenção, o Ministério da Defesa continua a ver aumentadas as verbas que lhe são atribuídas. Será que Durão Barroso tem assim tanto medo dos marroquinos e dos espanhóis, ou é apenas o ministro Paulo Portas, líder do partido mais fraco da oposição, mas indispensável para a manutenção do Governo, a exigir verbas para si, esquecendo o resto do País e as suas necessidades, e apenas pensando no seu umbigo?

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24/10/2003

Serenidade

Uma das coisas que mais admirava em ti era a tua serenidade. Não sei como conseguias nunca te irritar perante nada, nem mesmo quando os problemas apareciam em catadupa e pareciam querer engolir tudo. Reagias às contrariedades de uma forma bem diferente da minha, sempre com leveza e suavidade, como se o mundo fosse uma coisa lógica e capaz de se remendar a si próprio com toda a facilidade. Lembro-me bem: olhavas calmamente para mim enquanto eu desfiava os problemas, assustado, sentindo-me perdido no meio do negrume. Depois, quando me calava, acendias um cigarro. Olhavas para a chama do isqueiro, como se fosse uma luz que iluminasse a escuridão, e depois para o fumo que invadia o ar. Olhavas outra vez para mim. Não era o isqueiro a verdadeira chama, afinal. Dizias: tem calma. E eu tinha. Tinha toda a calma do mundo. E os problemas desapareciam no ar, como o fumo do teu cigarro.

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23/10/2003

Stand up comedy

Intriga-me o facto do Fernando Rocha ter tanto sucesso. Não percebo. Ele não inventa nada, além daquelas caras de parvo que faz. Limita-se a contar anedotas que já todos ouvimos e contámos, com a diferença que não o fazemos na televisão. Além disso, escolhe as mais ordinárias possíveis, tornando-se numa espécie de "Maluco do Riso XXX". E chamam aos seus números "stand up comedy"? Basta olhar para o Jerry Seinfeld para perceber a diferença. Num espectáculo de hora e meia (I´m telling you for the last time), o brilhante cómico norte-americano não precisa de dizer um único palavrão para manter o público em delírio. E não é por não focar assuntos relacionados com sexo. É por uma questão de classe.
Mas, enfim, o sucesso de Fernando Rocha mostra bem que o nosso País ainda sofre de graves complexos em relação à sexualidade e à liberdade, o que torna qualquer palavrão ou referência ordinária numa piada, principalmente pela aparente coragem que é necessária ao comediante para a dizer de outra forma que não em surdina.
Mas, felizmente, Fernando Rocha não é único comediante de Portugal. Mesmo aqui, no universo dos blogues, é possível encontrar excelentes autores de textos inéditos e realmente engraçados, com uma dose adequada de ironia e perspicácia.
Por isso, nos próximos dias, irei postar aqui alguns excertos do espectáculo ao vivo de Jerry Seinfeld, em tradução minha e livre para português, para que se possa perceber a diferença entre fazer "stand up comedy" e contar anedotas ordinárias na televisão.

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Telemóveis

Ia a passar numa rua quando vi três raparigas, lado a lado no passeio, com alturas diferentes e a fazer escadinha como os Irmãos Dalton. Não falavam umas com as outras. Em vez disso, cada uma falava ao seu telemóvel, enquanto andavam num passo sincronizado que faria invejar qualquer par de dançarinos. De início, achei alguma graça e deu-me vontade de rir. Até que me lembrei que eu próprio, muitas vezes, também abuso na utilização do telemóvel e passo pelas ruas completamente absorto a falar para aquele aparelho.
Realmente, às vezes, é preciso olhar para os outros para nos reconhecermos.

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22/10/2003

Anjos

Há muitas coisas que nunca te contei, mas que gostava agora que soubesses. Um dia disseram-me que os anjos não comunicam da mesma maneira que os humanos, por palavras, mas sim por vibrações. E nessas vibrações eles não entendem a palavra não. Por isso, para nos entenderem, temos sempre que ser afirmativos e positivos. Achei tanta piada a isto que, a partir desse dia, quando te levantavas devagar da cama e te preparavas para ir embora, já não te pedia para não ires, como fazia tantas vezes. Em vez disso, dizia-te apenas: fica. Ainda não sei se eras mesmo um anjo ou não. Talvez fosses, acho que nunca saberei. Mas a verdade é que ficavas sempre mais um pouco, quando eu te dizia simplesmente para ficares.

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Dizia-te

Dizia-te coisas muito parvas e sem qualquer sentido, melosas, demasiado melosas eu sei, capazes de fazer torcer o nariz às pessoas menos habituadas a lidar com palavras doces, tão habituadas à rudeza das coisas, à rugosidade do dia-a-dia e à velocidade dos sentimentos. Dizia-te por exemplo: quando te vejo, sinto flores a crescerem nas minhas mãos. Ou então: não sei como é que o sol consegue nascer sem te ver primeiro. Ou ainda: quando vejo o teu sorriso, sinto que ganho asas e que sou capaz de voar. Mas não me importava nada de parecer tonto ou ingénuo, não me importava de te repetir lugares comuns ou palavras de um romantismo exagerado; o que me interessava era que o resultado das minhas palavras era sempre o mesmo, fossem as minhas palavras quais fossem, e esse resultado era o teu sorriso, depois o sabor doce dos teus lábios e as cócegas que o teu cabelo comprido fazia no meu peito nu.

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Dismissed

Hoje deparei-me com um estranho programa que passa na nova MTV Portugal (que de português só tem a voz da locutora de continuidade e alguns músicas cantadas por portugueses como David Fonseca, mas em inglês, e os resistentes Tribalistas, que são portugueses do outro lado do atlântico).
Numa produção tipicamente americana, o dito programa, chamado "Dismissed", consiste em colocar dois homens ou duas mulheres numa sedutora disputa por um elemento do sexo oposto. Ora, pelo que percebi, nenhum dos três se conhece à partida, o que não impede que, no final do programa, que é gravado durante um dia, o terceiro elemento tenha que eleger um dos dois concorrentes para ter um caso amoroso com ele. O perdedor é "dismissed" o que, ao que parece, constitui motivo de grande frustração e humilhação para o concorrente.
As cenas são inacreditáveis demais para terem piada. Dois homens a armarem-se em machos perante uma mulher que não conhecem, lutando um com o outro ou vendo quem consegue fingir melhor que é sensível, duas mulheres a admitirem que o homem que disputam não faz minimamente o seu estilo, mas, por não quererem perder o jogo, estão dispostas a tudo só para não serem chamadas de derrotadas, enfim, tudo se vê naquele programa, onde a imaginação, pobre e ordinária, dos concorrentes é o limite.
Já vai neste estado, a sociedade americana? Já andam assim tão desesperados para aparecer na televisão e ter os seus quinze minutos de fama?

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Simpatia

Num mail simpático, o colega do blog Prazer Inculto, o escritor Possidónio Cachapa, que já conhecia de conversas literárias partilhadas em feiras do livro, deseja boa sorte ao blog e dá bons conselhos. Um, o de permitir que os visitantes façam comentários aos posts (que já consegui implementar graças à  sua sugestão prática). O outro é que os mesmos posts não sejam demasiadamente longos.
Este segundo conselho também foi aceite, com a ressalva de que, de vez em quando, poderei ter a vontade de colocar aqui um ou outro conto. Mas, para prevenir algum leitor incauto, prometo avisar que se trata de um texto longo.

Obrigado pela atenção, colega bloguista.

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21/10/2003

Sistema de comentários

Finalmente, após alguma pesquisa, consegui colocar um sistema de comentários no blog.
Agora, façam o favor de comentar.

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20/10/2003

Revolta

Tinha mais umas coisas para escrever hoje. Mas estou demasiado revoltado com a notícia anterior.
Quando me acalmar um pouco, talvez.

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A culpa irá morrer solteira

Escandalosa, vergonhosa e triste, a desgraça que teve lugar em Ermesinde, onde um pai matou a filha de trinta meses, à custa de abusos sexuais.
E se o caso já é grave só por si, mais grave ainda se torna quando é sabido que a criança fora entregue aos cuidados do pai pela Segurança Social, quando este já era arguido num processo por violação de uma outra criança, desta vez com quinze anos.
Apesar do próprio caso já demonstrar a loucura que lavra na mente de algumas pessoas, o que torna todos os cenários possíveis, não quero acreditar que algum técnico da Segurança Social fechasse deliberadamente os olhos a uma situação destas. Acredito antes que se tenha tratado de um caso de incapacidade de análise motivada pelo excesso de processos e de trabalho.
E preparem-se porque, com os cortes orçamentais na área social, as coisas vão piorar ainda mais e casos como estes vão começar a aparecer com mais frequência. É que doentes mentais como este existem muitos e, em determinados locais, a marginalidade atinge proporções que não passa pela cabeça daqueles que vivem confortavelmente no seu apartamento no centro da cidade. E a verdade é que é impossível lidar com estes casos quando, em determinados concelhos existem duas pessoas nessas funções para uma população de cerca de trinta mil pessoas (e onde uma delas será despedida brevemente por culpa dos cortes orçamentais).
Numa área como esta, onde cada caso necessita de uma atenção imensa por parte dos técnicos sociais, é impossível exigir maior eficiência quando o Ministro despede pessoal qualificado e já integrado no esquema, como eu já referi aqui neste blog num dia anterior.
Não me importa que me digam que sou politicamente incorrecto: eu quero lá saber do alargamento da União Europeia ou dos três mil mancebos a marcharem todos bonitos à frente do Ministro. Quero lá saber dessas coisas todas enquanto o Governo do meu País não conseguir impedir que crianças de 30 meses morram de abusos sexuais nas mãos dos pais com antecedentes criminosos. Enquanto o Governo do meu País não olhar mais para as pessoas que o constituem e deixar de olhar para os números.

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18/10/2003

Cansado prossigo

quando todo o cansaço do mundo
cair sobre a minha cabeça
saiba eu mergulhar no mais fundo
abismo onde guardo a minha crença
pois que a dúvida é uma benção
que transporta o coração dos homens
aqueles que sentem ou aqueles que pensam
os mais velhos ou os mais jovens
que eu prossiga sempre erguido
mesmo nos momentos em que duvidar
mesmo quando os assustadores rugidos
façam todo o firmamento ribombar
o mago é o que caminha com dúvida
sem ter o passo seguro na certeza
que sente no rosto a lágrima húmida
mas em toda a parte encontra beleza
que não conhece a solidez do chão
em que descansa os pés cansados
mas ainda confia no seu coração
para chegar a todos os lados
quando o medo me invadir de noite
fecharei os olhos e avançarei
sem me importar que ele me açoite
porque estou vivo, isso eu sei

LCP

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O divino

Quanto mais olho em meu redor, quanto mais observo as relações entre as pessoas, quanto mais sinto coisas e vivo, mais me lembro da frase de Platão: "Há qualquer coisa de mais divino em quem ama do que em quem é amado."

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17/10/2003

Belas & Perigosas

Não dispenso passar os olhos pelo “24 Horas” porque é um jornal que assume sem complexos a sua vertente de tablóide e inventa sempre títulos do arco da velha para as notícias, como o que vinha na edição de hoje, e cito “Aquele marmelo anda armado em Tarzã” (página 41 para o caso de não acreditarem).
Mas aquilo que mais gosto no jornal é a rubrica “Belas & Perigosas”, o suplemento das primeiras páginas, sempre a cores, onde quatro colunáveis da nossa sociedade, a Alexandra Fernandes, a Cláudia Mergulhão, a Helga Barroso e a Bárbara Norton de Matos, mostram-nos as fotos das festas e das exposições a que vão (acompanhadas sempre das mesmas pessoas), bem como nos revelam alguns dos truques de beleza das estrelas e o que transportam nas suas malas (algo que sempre me deixou curioso e que, agora, felizmente, o “24 Horas” me vai desvendando).
Só não percebo a razão por trás do título da rubrica. Belas são, sem dúvida. Aliás, acho que nenhum crítico, mesmo aqueles que nunca assistiram a nenhum reality show ou que consideram Helena, Euridice e Dulcineia as mais belas mulheres da história da humanidade, podem negar essa evidência.
Agora… perigosas? Perigosas porquê? Serão vampiras dissimuladas prontas a sugar o sangue a qualquer homem que as aborde? Andarão em busca de enganar alguém? Mentem-nos sobre o conteúdo das suas malas enquanto, na realidade, usam-nas para transportar granadas e uzis? Estão a aprender a pilotar aviões para atacar a Torre das Amoreiras? Qual é, afinal, a verdadeira história por trás da alcunha “perigosas”?
Aceitam-se sugestões por mail (enquanto eu não conseguir configurar o blog para receber comentários) para tentar perceber este mistério.

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Vídeo-instalação

A Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha continua a sua senda de preparar, formar e lançar profissionais (e calha bem falar do assunto, numa altura em que centenas de novos caloiros foram saudavelmente recebidos pelos veteranos). Porém, o que mais salta à vista nos alunos desta universidade é a coragem de assumir ideias e modos de comportamento diferentes, bem como a capacidade de combate para levar a cabo e concluir os seus projectos.
Precisamente, um dos mais valiosos projectos que nasceu de pessoas ligadas à ESAD foi o Art Atack, uma iniciativa da Associação local A062. Já com alguns anos de existência, esta iniciativa divulga uma série de artistas e trabalhos da chamada arte contemporânea, em áreas como o vídeo, a música e a performance.
Mesmo confessando ser um pouco leigo e, atrevo-me a dizer, desconfiado para com alguns trabalhos da arte contemporânea (onde tudo parece valer, sem qualquer critério), aplaudo as iniciativas e a força com que são levadas adiante. É que o mais importante é dar a hipótese a todos de se expressarem. Por isso, comprometo-me a ir divulgando tudo o que se for passando por aí que me pareça relevante.
E, para já, fica o conselho para visitarem, no Atelier-Museu António Duarte, nas Caldas da Rainha, até ao final do mês, as vídeo-instalações "Verdun 2003" e "Saurau", de Daniel Barroca.

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Descoberta da pólvora

Miklos Féher, atacante do Benfica, autor do único golo encarnado contra os belgas, disse ao jornal "O Jogo" que os adeptos têm que ter paciência com a equipa porque os jogadores não são nenhuns Eusébios.
Ainda bem que avisou, porque ninguém ainda tinha reparado...

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16/10/2003

Chuva

Chove.
Cada uma destas gotas de chuva. Cada uma delas.
O ideal era isto: transformar cada uma delas num sorriso teu.

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O Livro Branco dos Incêndios

Numa altura em que o Ministro Figueiredo Lopes apresenta o Livro Branco dos Incêndios Florestais Ocorridos no Verão de 2003, achei por bem relembrar um episódio a que assisti.
Em Fevereiro último, tive a honra de ser convidado para escrever o poema de homenagem com que a Associação Nacional de Bombeiros brindou a corporação dos Bombeiros de Nova Iorque, aquando da I Grande Gala Nacional Prestígio dos Bombeiros de Portugal.
Na altura em que a gala se realizou, contando com o apoio de uma série de entidades a nível nacional, desde a Presidência da República até à Câmara Municipal de Lisboa, obviamente que já eram conhecidas as limitações sentidas pelas diversas corporações no que diz respeito à capacidade de combater os incêndios que deflagram pelo País, principalmente na época do verão.
No entanto, mesmo apesar de, por entre muitos sorrisos e palmadas nas costas, de entrega de prémios e louvores, todos os presentes terem gabado o papel dos soldados da paz e ter sido feito um compromisso de lutar contra o problema, quando chegou o verão as coisas estavam na mesma. E foi o que se viu.
Não basta dizer que o calor atingiu níveis anormais ou que os focos de incêndio eram muitos. É que os avisos também foram muitos. Suficientes para que tivesse havido outro tipo de resposta, apesar das condições adversas.
É uma questão de planeamento e investimento. É uma questão de perceber que os inimigos actuais de Portugal já não se combatem com tanques e fragatas e canalizar de outra forma o investimento do Governo.

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A vida e a morte

Quando menos esperava, aconteceu o que eu mais temia. Um dos gatinhos não resistiu às primeiras horas de vida e morreu junto da mãe e dos irmãos. Como se não bastasse, as restantes crias, naquela confusão da luta pelo melhor lugar para mamar, acabaram por enrolar-se no cordão umbilical do falecido, que apodrecia enquanto as horas passavam. Quando cheguei do trabalho, dois já tinham patas partidas. O veterinário não teve outra hipótese senão poupar-lhes o sofrimento, enquanto garantia a segurança dos outros.
Dos cinco, sobram agora dois. Os mais fortes, claro, que, nestas coisas, a mãe natureza não brinca. Os dois maiores, mais desenvolvidos, mais corpulentos. Os dois que conseguiram manter-se em cima, naquela confusão de corpos e patas. Um deles, ainda fui eu que libertei, ao cortar o cordão umbilical com uma faca (não sei ainda onde fui arranjar a frieza e a precisão para o fazer naquele emaranhado de recém-nascidos).
E a gata? A gata continua igual a si mesma. Ronrona sempre que me vê, ciente de que quero tão bem àquelas crias como ela. Entretanto, cuida dos sobreviventes como se nada tivesse acontecido de mal e tivesse parido apenas duas crias. Não age assim por falta de amor aos que morreram. Fá-lo porque é sábia e ensina-me todos os dias mais uma coisa.
Nesta nova lição ensinou-me, com o amor com que trata os sobreviventes, a valorizar, cuidar e amar o que tenho, em vez de lamentar o que perdi.
Que prodígio da natureza, esta gata, que todos os dias parece saber mais e mais da vida.

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O que falta?

Foi à tangente, mas foi. Realmente, este Benfica não tem nada a ver com a imagem de grandeza que ainda transmite. E nem sequer percebo porquê. Tem bons jogadores, alguns de classe mundial. Tem um treinador competente, experiente, conhecedor profundo do futebol e disciplinador. Tem um público que vai aos estádios. Tem imagem e carisma. Tem condições de trabalho.
Afinal, o que falta à equipa para que uma formação de segunda linha da Bélgica não nos faça passar por tantos sobressaltos?
Alguém tem uma resposta para isto?

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15/10/2003

Em Portugal, o prolongamento é a melhor parte do jogo

Fartei-me de rir com a coincidência entre o slogan publicitário do Euro 2004 na Revista Times (lembrando-me de cor, é qualquer coisa como "Em Portugal, o prolongamento é a melhor parte do jogo") e o facto desta revista ter dado, com honras de primeira página, uma notí­cia sobre a prostituição no distrito de Bragança.
Obviamente que a organização do Euro resolveu imediatamente retirar a publicidade da revista, sob pena de existirem muitas piadas maldosas sobre o assunto.
Mas é bem feito. Para a próxima, em vez de concentrarem os estádios todos na faixa litoral, construam um também em Bragança. Assim, o anúncio faria um sentido completamente diferente. E ainda se podia acrescentar o outro slogan famoso do turismo português: "Vá para fora, cá dentro".

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Estranho controle da despesa pública

Hei-de voltar com mais calma e pormenor a este assunto, mas não queria deixar de falar nele agora para lançar a semente da indignação.
Como é que o Governo pode falar em controlar a despesa pública, se adopta medidas como a que foi tomada pelo Ministro da Solidariedade no que diz respeito à dispensa de funcionários afectos a instituições de solidariedade social, que trabalhavam sob a alçada da Segurança Social na Região Centro na área do Rendimento Mínimo (apesar de acabarem por agir noutras áreas também)? Funcionários esses que estão já rotinados a trabalhar directamente com as famílias em risco, que estão por dentro dos processos e fazem o acompanhamento dos mesmos na atribuição do RMG?
Como se trata de uma dispensa de pessoal, poder-se-ia pensar que o objectivo é poupar a verba dos salários. Isto, apesar de sabermos que, com menos pessoas a controlar os processos, muitos subsídios serão dados de forma menos criteriosa e justa, podendo até significar um aumento de despesa para o Estado. Mas, o que é verdadeiramente ridículo na questão é que, ainda por cima, na sequência da não renovação do vínculo, esses mesmos técnicos terão direito a uma indemnização e ao pagamento do subsídio de desemprego no valor idêntico ao que auferiam enquanto trabalhavam!
E, claro, uma vez que a situação dos vários concelhos, alguns com problemas sociais gravíssimos, dos quais destaco Peniche, cuja realidade conheço bem, é impossível de lidar com menos pessoal, que já era deficitário, o Estado vai ter que contratar outras pessoas para os lugares. Funcionários estes que não estão rotinados e que necessitam de um tempo de aprendizagem e adaptação às funções e à realidade de cada concelho.

Alguém me explica esta medida do Ministro?

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Benfica

E pronto, chegou o dia em que o Benfica vai ter que se defrontar com os seus fantasmas. Estou ansioso por saber de que forma é que os jogadores vão reagir à pressão de ter que vencer uma equipa muito mais fraca e que, ainda por cima, conseguiu colocar em sentido o poderoso Benfica na primeira mão.
E na memória estão os jogos com o Halmstad, com o Celta... enfim, episódios vergonhosos na vida do clube. Esperemos que Camacho consiga incutir sangue frio nos jogadores. É que, perante a diferença de qualidade de ambas as equipas, é apenas isso que é necessário. Sangue frio.
Também é disso que se fazem os vencedores.

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O universo dos blogues

Isto é mesmo giro. Ando todo entusiasmado com este meu cantinho recém-criado. Apesar de ainda ter menos de dois dias de vida, já atingiu o "curioso número" (citando o presidente da AR) de 69 visitantes, sem ter feito publicidade ao mesmo. É claro que o número ainda é pequeno, mas eu gosto que as coisas avancem com calma.

Mas estou muito contente. Principalmente porque percebo que isto dos blogues é mesmo interactivo e não pára. Não é que já existem três outros blogues que têm links para o Depois da Noite? São eles o Elogio da Ginja (mas esse é suspeito porque é de um grande amigo meu, o escritor Paulo Moreiras, que já conheço de "ginjeira"), o Extravaganza e o Blogame Mucho.

Obrigado pela atenção.

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14/10/2003

O Xaile Rubro (conto)

Ergueu devagar o fósforo ardente, de forma a que não se apagasse com um qualquer movimento brusco e a brisa que o persegue, e esperou que os pavios, um a um, se acendessem, ardessem, fizessem invadir o ar de um alaranjado luminoso e daquele som tão característico do crepitar. Ouvia-o com atenção para poder defender uma velha teoria que gritava sempre que a embriaguez ultrapassava a sua conta, que se o amor é um fogo secreto que arde, então deve-se também conseguir ouvir crepitar uma pessoa que esteja realmente enfeitiçada por tal sentimento. Era um jogo de palavras que fazia rir os demais presentes, já tão habituados a elas, mais interessados verdadeiramente no que se passaria a seguir do que naquele chavão tão gasto.
Depois, andando pelo meio das mesas, chegaram os guitarristas. Entraram sérios e mudos, como se fossem estátuas a quem os deuses ofereceram o dom da locomoção, e sentaram-se nas cadeiras de madeira escura, três delas, dispostas em semicírculo por baixo dos castiçais que agora ardiam, em frente a Jacinto que os observava invejoso de não possuir tal porte, nem tais guitarras, apenas um fósforo que já não servia para mais senão para ser deitado ao lixo.
Finalmente entrou ela. Reluzente, no seu brilho negro de contraluz, topázio de cores abissais e de silhueta de noite cantante à lua, parou na soleira da porta. Olhou em volta, passeando os seus olhos dourados pela sala, à procura dos de Matias, prateados, em busca da sua luminosidade de metal menos nobre mas embriagante. Encontrou apenas a palete colorida dos turistas, a curiosidade de quem viaja pelo mundo em busca de percebê-lo, o rubor na face de uma admiradora e os dedos chamuscados de Jacinto. A sua aura sombreou-se e foi só a dignidade do seu xaile rubro, encarnado como os lábios em forma de pecado, que a impediu de baixar cabeça e sair. Em vez disso avançou forte e segura, tentando esquecer-se daquela ausência.
Os guitarristas levantaram-se para a receber, diva do fado, cantadeira de Alfama e do Bairro Alto, e de todas as terras por este País fora onde ainda existe quem aprecia a nobre canção. Agradeceu. Virou-se para o público expectante e, quando iniciou o seu discurso de apresentação, percebeu que lhe iria custar fazer ouvir a sua voz, que estava oscilante e quebradiça. Mas não é mulher de receios, não iria permitir que se ruborizasse sem razão a face da mulher que bebia as suas palavras com tanta atenção, muito menos que ficassem defraudados os estrangeiros que tentavam coleccionar memórias de outras paragens. Ergueu a voz e sentiu os candelabros estremecerem, as chamas trémulas das velas a chorarem as palavras que entoava, desta vez ainda com mais sentimento, pois a ausência de Matias, aquela malfadada ausência tornava mais verídicas as suas palavras de sofrimento e de saudade, de destino cruel cantado.
Jacinto chorava. Pobre coitado, cauteleiro de dia, engraxador nos tempos áureos da nação, acendia velas de noite em jeito de um pagamento amigavelmente consentido por lhe deixarem assistir àquela cantoria divina, àqueles trinados da guitarra, ao dançar do xaile vermelho naqueles ombros meio descobertos. Aplaudiu com fúria no final da primeira música, de pé, ele que não se sentara um único segundo durante a canção, mas mais de pé agora, como se crescesse cinco centímetros, como se voasse.
No final da noite, quando já os turistas tinham gasto todo o seu rolo de fotografias e a sala estava quase deserta, Amélia sorria a contragosto para a sua admiradora, que a inundava de perguntas e elogios, enquanto ansiava pelo momento em que pudesse ficar sozinha e sentar-se em pranto, sem que ninguém a visse. Jacinto mordiscava um palito, preso no canto da boca. Pensava no que ouvira, não durante a noite, mas durante a gritaria de cauteleiro. Um amigo informara-lhe que Matias fugira com uma estrangeira, que viajara para o norte da Europa, envolto em luxos e uma promessa de sonos sempre doces e despreocupados. Olhava agora com admiração a silhueta de Amélia, tão bela, envolta naquele xaile vermelho e no vestido preto, com os cabelos longos, pintados a sépia, a caírem pelas costas, e os lábios, os lábios carnudos, suaves apenas para que possam acariciar o timbre com que canta. Que estrangeira poderia valer aquela magia, perguntou-se ele que todas as noites se embriaga na sua voz, na sua alegria voraz de viver, temporariamente enegrecida e na teoria inconcebível para uma mulher que canta o fado daquela maneira, com tantas mágoas e pesares.
Aproximou-se dela quando a viu já sozinha, a olhar o xaile vermelho, ofertado meses antes pelo tal homem de olhos prateados. Colocou-lhe a mão no ombro e sorriu. “Deixa-o ir embora à vontade. Homens há muitos”, sussurrou-lhe. Amélia ergueu-se, com o semblante carregado e caminhou para a porta. Inspirando o seu perfume, Jacinto tornou a falar. “Há homens que não te trocam por nada”, continuou.
Amélia colocou o xaile nos ombros, enchendo-se outra vez de charme e de uma dignidade que parecia impossível existir momentos antes, no meio das lágrimas que vertia. “Mas não são esses que tornam possível que se cante o fado”, concluiu.
Concordou Jacinto com esta verdade inapelável e, impassível, ainda embriagado pelo perfume do xaile rubro, apagou as velas e depois a luz.

LCP

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Já está...

Realmente, a natureza é uma coisa fantástica. Hoje, no dia em que pensava poder dormir um pouco mais, a gata resolveu acordar-me às oito da manhã com miados insistentes. Percebi pela agitação que não passava de hoje.
Ao contrário do que receava, não precisei de fazer nada, além de estar ao pé dela e apoiá-la durante as 4 horas em que deitou cá para fora cinco novas vidas, pequeninas, de olhos fechados, de pelo molhado, de miado insistente e carinhoso em busca do calor materno.
Foi incrí­vel a forma como ela soube fazer tudo, sem saber realmente nada.
A partir de agora, quando me perguntarem se tenho algum í­dolo, já sei o que responder: Pessoa, Agostinho da Silva, Kundera e a minha gata que, sem saber nada, sabe mais do que eles todos juntos.

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13/10/2003

Ana Gomes na TVI

Compreendo que Ana Gomes esteja indignada com todo o processo da Casa Pia. Compreendo que tenha urgência e necessidade de pressionar os meios de comunicação social, os magistrados e o Governo a investigar o artigo que saiu numa revista francesa onde se afirma haver dois ministros do actual governo envolvidos no caso de abusos de menores (um deles tem a alcunha de "Catherine Deneuve"???).
O que não compreendo é que não deixe o jornalista fazer perguntas, que esteja a gritar durante todo o tempo de antena que lhe foi oferecido no Jornal da TVI, que não ajude a esclarecer as coisas com o seu excesso de agressividade. Será que ninguém lhe explica que o excesso de barulho não ajuda a que se esclareça nada de um caso que, por si só, já é complicado em demasia?

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Poemas sobre gatos

Acerca de gatos


Em Abril chegam os gatos: à frente
o mais antigo, eu tinha
dez anos ou nem isso,
um pequeno tigre que nunca se habituou
às areias do caixote, mas foi quem
primeiro me tomou o coração de assalto.
Veio depois, já em Coimbra, uma gata
que não parava em casa: fornicava
e paria no pinhal, não lhe tive
afeição que durasse, nem ela a merecia,
de tão puta. Só muitos anos
depois entrou em casa, para ser
senhora dela, o pequeno persa
azul. A beleza vira-nos a alma
do avesso e vai-se embora.
Por isso, quem me lambe a ferida
aberta que me deixou a sua morte
é agora uma gatita rafeira e negra
com três ou quatro borradelas de cal
na barriga. É ao sol dos seus olhos
que talvez aqueça as mãos, e partilhe
a leitura do Público ao domingo

Eugénio de Andrade

***

Gato


Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhore de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pêlo, frio no olhar!

De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?


Alexandre O´Neill

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A estranha calma

A minha gata está grávida e, ao que parece, com muitos filhotes dentro de si. É o que diz quem sabe, a ver pelo tamanho da barriga e pela forma esforçada como se move de um lado para o outro.
Mas o que mais me fascina é a calma que ela aparenta. A Sophia (de Mello Breyner) deixa-se estar dias e noites quieta, movendo-se apenas para comer e vir saudar-me quando chego a casa. O olhar dela transmite uma serenidade impressionante, o que espanta quem sabe que aquela gata ainda nem chegou a fazer um ano e pouco mais conhece do que o meu apartamento e o seu companheiro gato (Eugénio de Andrade).
É esse instinto que é fantástico, que faz com que ela fique calmamente e durante dias à espera do momento em que vai dar à luz e, ainda por cima, lhe ensina, sem palavras ou exemplos, tudo aquilo que vai ter que fazer na altura certa.
É por isso que olho para ela e vejo tanta sabedoria. E pergunto-me se será mesmo verdade que nós também temos essa capacidade e acabamos por ser cegos ao que está dentro de nós, preocupando-nos apenas com o que vemos com os olhos.

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Caminhando

a vida escorre pelo corpo
é límpida e inodora
falta-lhe especiaria e sal
duvido de todas as coisas
bato no vidro com pungência
quero saber se é real
estou vivo nado criado
esperam a minha deixa
de actor principal
murmuro já vou
caminho lívido como a cal


LCP

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Ao amanhecer

Após tantas horas de leitura dos bons blogues que se fazem neste cantinho, resolvi também ter o meu, na esperança de contribuir para este universo de ideias e partilhas, sempre em crescimento.

Amanhece este blogue, onde colocarei poesia, reflexões e provocações.

Vamos ver...

É o que se diz sempre quando se vai estrear algo, não é? Vamos ver...

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