16/03/2004

Pequeno consolo

O PP perdeu as eleições espanholas. Não foi Zapatero que ganhou. Foram os populares que perderam. Aznar está fora de cena agora. Bush perdeu um aliado importante. A arrogância americana levou um duro golpe. As tropas espanholas vão sair do Iraque e a aliança está comprometida. Barroso está mais fraco e a posição portuguesa relativamente à questão também. A direita portuguesa e a sua arrogância está também enfraquecida. Tudo parece encaminhar-se para que, um dia, todos os culpados por esta situação sejam castigados.
No entanto, não há muito mais a dizer sobre o assunto. É que nada disto restitui as vidas que se perderam nem as lágrimas que se derramaram.

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Manuela Moura Guedes

Por mero acaso, nunca tinha visto uma edição completa do telejornal da TVI apresentado por Manuela Moura Guedes. Vi hoje. Já percebo as críticas que lhe são feitas. Nunca na minha vida vi uma jornalista tão tendenciosa.
Tem razão em muitas críticas e observações que faz. Mas, enquanto apresentadora de um telejornal, não tem que as fazer. Não deve. Não pode.
Mas quem a impede, se é casada com o dono da estação?

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A minha opinião não existe

O Ministro Carmona Rodrigues, questionado pelos jornalistas sobre a sua opinião acerca das discórdias na TAP, tentando desdramatizar o problema, deixou fugir a boca para a verdade e disse: "A minha opinião não existe".
Ora, até que enfim que um dos membros deste Governo diz uma coisa acertada.

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14/03/2004

A não perder

Excelente a "cobertura" dos atentados de Madrid e das eleições espanholas no blog Driving Miss Daisy. A não perder.
E, já agora, assino por baixo as opiniões lá defendidas.

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13/03/2004

Se fosse cá

Pacheco Pereira, na SIC, afirma não concordar com a reacção dos espanhóis que estão a manifestar-se contra o Governo. Diz que se trata de uma manifestação dos que lutam contra a globalização e que é impensável que se condene Aznar pelo atentado, pois as más opções políticas deverão ser julgadas apenas nas urnas, até porque, numa democracia, o Governo tinha toda a legitimidade para decidir o apoio ou não à Guerra do Iraque.
É tudo muito bonito. Mas gostava de saber como reagiria Pacheco Pereira se o atentado tivesse sido em Lisboa e tivesse ceifado a vida a amigos e familiares seus. Gostava de saber se iria a correr para as urnas para, com o seu voto, restituir a vida dos que morreram.

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11/03/2004

Castigo para os criminosos

Como era de esperar, a Al-Qaeda de Bin Laden reeinvindicou o atentado de Madrid. Obviamente que a ETA nada tinha a ver com o assunto. Obviamente que Aznar estava a mentir. Obviamente que ficou apavorado ao perceber o impacto negativo que este desastre vai ter nas eleições do próximo fim-de-semana. Obviamente que sabe que é ele o grande culpado deste atentado, ele que resolveu fazer de cãozinho para George Bush durante a guerra do Iraque.
Que os espanhóis o castiguem, mudando radicalmente o rumo dos seus votos. Será castigo pequeno, mesmo assim, para alguém que agiu de forma a provocar este massacre de inocentes.
E Deus queira que em Portugal não tenha que acontecer algo do género para que os portugueses percebam quem está à frente do nosso Governo. Porque fomos tão cúmplices dos americanos como os espanhóis. Se não fomos nós os primeiros visados da vingança muçulmana, tal deve-se ao nosso passado, à época em que ganhamos o respeito de todo o mundo. Graças à nossa tradição humanista e diplomática.
Tradição essa que Durão Barroso e os seus companheiros fizeram questão de deitar por terra.
Se estou surpreendido por este atentado? Não, era de esperar, não faltaram os avisos. Chocado, sim. A morte choca sempre. Muitas ao mesmo tempo ainda pior.

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Gigante

Nunca gostei das equipas italianas. São sujas a jogar, demasiado frias para um país latino, só sabem defender e aproveitar-se do nervosismo do adversário. Hoje, o Benfica foi gigante. Foi a melhor exibição de que me lembro ver na minha equipa nos últimos anos. Só faltou o golo. Faltou porque Toldo é um dos melhores guarda-redes do mundo, porque o árbitro não viu uma grande penalidade clara sobre Luísão e porque os italianos só sabem fazer aquilo: defender.
O Benfica foi gigante. O inter foi um nojo. O Benfica vai passar a eliminatória em Itália. Porque se não passar, não existe qualquer justiça no desporto.

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Atentado em Madrid

Horrorosas, as imagens do atentado terrorista em Madrid. Imagens repetidas ao longo da humanidade. Sangue, destruição, mortes. O Homem não aprende.
Atocha é uma das estações mais belas do mundo. Lembro-me de como fiquei fascinado quando, anos atrás, tive a oportunidade de observar a sua grandiosidade e a sua "floresta" interior. Mas, mais do que um local belo, é onde milhares de pessoas diariamente passam, de forma inocente, preocupadas com os seus problemas, longe dos pensamentos odiosos dos terroristas, lone de pensar que as frustrações e impotências poderão ceifar as suas vidas ou destrui-las para sempre num repente.
Lutar pela liberdade ou pela paz através da guerra é o mesmo que acender um fósforo numa floresta para apagar um fogo. O ódio só gera mais ódio.
Não sei se estou a fazer sentido. Estou demasiado chocado. E o pior é que não consigo abandonar a ideia de que o atentado terrorista de Madrid tem uma mão muçulmana e nada tem a ver com a ETA. Depois do 11 de Setembro em Nova Iorque, o 11 de Março em Madrid, graças ao apoio de Aznar ao ataque americano ao Iraque.
Quem sabe o que se segue. Que outra cidade aliada poderá ser alvo de um atentado? Como garantirá o Governo português a segurança do País durante o Rock In Rio ou o Euro 2004?

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09/03/2004

Viva

Odeio o estilo arrogante de Mourinho. Sou benfiquista e tenho uma antipatia natural pelo Futebol Clube do Porto. Mas agora, neste momento, depois da eliminação do Manchester United pelos azuis e brancos, só tenho uma coisa a dizer: Viva o Porto. Viva Portugal.

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08/03/2004

Cresça e Apareça

Mário Soares respondeu ao desafio de Paulo Portas de participarem num debate "à moda antiga". O ex-Presidente da República pediu ao Ministro da Defesa que "cresça e apareça" antes de querer participar num debate desse género, afirmando que este não tem o nível necessário para se equiparar a Freitas do Amaral, Lucas Pires ou Álvaro Cunhal, com quem protagonizou debates famosos no passado.
Concordo plenamente com as palavras de Mário Soares e atrevo-me ir mais longe. Com tudo o que já ouvimos de Paulo Portas, com todas as cenas que ele já protagonizou nos últimos tempos, com o racismo demonstrado, com o excesso de nacionalismo, com a incapacidade de demonstrar um pingo de humildade, com as mudanças de opinião conforme a maré, como no caso do referendo sobre o aborto, não cresça e apareça.
Desapareça do Governo, simplesmente.

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Woody Allen

Sou um fã absoluto de Woody Allen. E, mesmo notando que o genial autor e director já não consegue criar as obras primas de antigamente (com excepção de "A maldição do escorpião de jade", que considero ao nível das melhores obras dele), continuo a não perder os seus filmes. Ontem vi o último a sair em Portugal, "Hollywood Ending", a história de um realizador de cinema que já foi o maior e que hoje está na miséria (um pequeno auto-retrato?), e que, na sua última chance de realizar um filme de sucesso, devido à sua patologia psicológica, fica cego. É a história de um realizador cego que tenta filmar a sua obra prima sem que ninguém perceba a sua incapacidade, com todas as cenas hilariantes que surgem na sua missão.
O humor dos filmes escritos por Woody Allen é único. Como actor, mais único ainda é. Os gestos nervosos das suas personagens, sempre parecidas umas com as outras, psicóticas, loucas, incoerentes, sarcásticas, frustradas, com relações fracassadas, são fantásticos. Gostei do filme, embora volte a repetir que não é uma obra-prima.
Mas hoje, ao rever "Toda a gente diz que te amo", volto a relembrar a total genialidade do autor. E queria compartilhar convosco só este diálogo, de entre muitos brilhantes, entre a personagem interpretada por Drew Barrymore e os seus pais, completamente apavorados por verem a sua filha desistir de um casamento com um jovem de sucesso para ficar com um assassino acabado de sair da prisão.

"- Mãe, comprenda! Ele tem um enorme magnetismo animal!
- Ok, então vamos levá-lo para o Jardim Zoológico.
- E, no entanto, parece uma criança.
- Ok, fica no zoo dos pequeninos."

Não sei se concordam comigo. Mas eu acho que isto é digno de uma antologia.

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Novos links

Coloquei dez novos links para blogues. Toca a consultá-los. Valem a pena.

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06/03/2004

Ainda o aborto

Em conversa com amigos cheguei a uma conclusão. Como aqueles que são a favor da despenalização não são a favor do aborto enquanto acto, mas sim a favor da liberdade de escolha, o que me parece não ser entendido pela direita, é necessário pensar em criar um boletim de voto com duas perguntas:

1 - É a favor do aborto?
2 - Concorda que cada mulher tenha o direito de escolher se quer ou não abortar?

Aí certamente que tudo ficaria mais claro. O "não" venceria claramente na primeira pergunta, mas seria meramente consultiva. Agora, tenho a certeza que, mesmo num país atrasado como o nosso, a maioria das pessoas seria capaz de oferecer aos outros a liberdade de escolher o seu próprio caminho.

(E não resisto a falar de um email que recebi, com uma piada que acho simplesmente genial. Dizia esse mail que o boletim de voto do referendo devia ter uma pergunta e duas alíneas, a saber: O que acha do aborto? Resposta 1 - Tem feito um bom trabalho. Resposta 2 - Acho que não tem sido um bom Governo)

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Uma maioria estranha

Ao passar os olhos por uma revista de domingo, vi uma reportagem sobre o sucesso da novela "Morangos com Açúcar". Surpreendi-me ao ler a última frase de uma caixa incluída no artigo. Nessa frase, escrevia-se que a maioria dos espectadores da série eram mulheres, o que correspondia a 43,3 por cento do total.
Ora, é de mim, ou há aqui qualquer coisa estranho? Se a maioria corresponde a 43,3 por cento, então o número de homens que assistem à mesma série teria sempre que ser inferior. Então e os outros todos que sobram, que seriam mais de dez por cento? São hermafroditas? São transsexuais? São extra-terrestres? Que existem pessoas estranhas neste País, tão estranhas que parecem ser de outro planeta, eu já sabia... mas são assim tantos?
Alguém me explica isto?

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Ainda o Herman e a Lili

Recebi várias dezenas de visitantes no meu blogue (sejam bem vindos) que chegaram a este endereço por intermédio de procuras efectuadas em motores de busca de textos que falassem sobre o Herman José e a Lili Caneças. Por acaso tem piada que eu, ingénuo e indignado, sem saber do que tinha acontecido no início do último Herman SIC, tenha escrito dois posts a propósito da minha opinião sobre o humorista, ainda no decorrer do mesmo programa.
Peço desculpas aos muitos blogonautas (pode-se dizer blogonautas?) que aqui vieram parar em busca de considerações minhas sobre a pretensa discussão entre os dois VIPS, discussão essa que não me interessa minimamente. Mas também fico contente por terem encontrado antes aquilo que escrevi. É que, para mim, mais importante do que saber se a discussão entre os dois foi verdadeira ou não, é o lamento de que um brilhante humorista, símbolo do inconformismo e da crítica social, tenha passado a usar a sua arte de forma lamentável, apenas olhando para o glamour e para as aparências.

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03/03/2004

Simplesmente não viver

Repito a minha opinião sobre o caso: Não percebo sinceramente como pode haver tanta discussão em redor do assunto. Ninguém defende o aborto. Ninguém acha que o aborto deve ser praticado de ânimo leve. Eu próprio abomino tal prática e, dependendo de mim e da minha opinião, ninguém o faria.
No entanto, mais forte do que a minha opinião é a liberdade de escolher. E cada qual deve ter a sua.
Dizem os que são contra a despenalização do aborto que estão a defender a vida. Eu acho que não. É que viver sem ter liberdade de escolher é pura e simplesmente não viver.

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