11/10/2007

Jantar com fado

Jantar na “Adega do Avô”, no Cartaxo, com os amigos Florbela Silva, Ricardo Carriço, Maria Helena Torrado e Miguel Torrado. Entradas deliciosas e fartas, tantas que os secretos de porco preto quase ficaram para segundo plano.

Depois do repasto e de uma deliciosa conversa, a surpresa da noite, preparada pela Florbela. Para surpresa dos restantes (eu já fora avisado de antemão), entrou a Deolinda Bernardo, fadista que já gravou um CD com o Rão Kiao e que vai dar muito que falar nos próximos tempos e, acompanhada à viola pelo grande Zé Pires, deu origem a um espectáculo intimista e esplendoroso. Fados, mas não só. Também música de intervenção portuguesa, poemas de Ary dos Santos (grande amigo da Maria Helena Torrado), alguma MPB e, até, um inacreditável “Sunrise” que aqueceu todos os presentes, até os empregados e cozinheiras que, entretanto, já se haviam sentado connosco a ver o espectáculo, devidamente acompanhado com as luzes apagadas e velas acesas.

A voz da Deolinda Bernardo, ou Deo como assina o disco que irá sair daqui a poucas semanas, é um portento e ela própria é um furacão, um animal de palco como existem poucos, sempre a sentir a música, a interpretá-la não apenas com a voz potente, mas também com os gestos e as expressões. Atrevo-me mesmo a dizer que é uma das melhores intérpretes que já ouvi na minha vida. E a ver pelo ar emocionado dos restantes espectadores, não fui o único a achar isso.

Uma noite deliciosa que já tem data marcada para ser repetida.

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