30/10/2007

O assassino de Salazar


Viagem a Lisboa para um café com amigos e uma ida à Livraria Bertrand do Chiado para a apresentação do romance de Joel Neto, "O assassino de Salazar", a convite da editora Casa das Letras.

Infelizmente atrasei-me um pouco e não cheguei na altura que queria e, por isso, consegui ouvir a conversa toda que Joel Neto teve com os presentes, entre os quais se contavam Fernando Dacosta, que muito aprecio e que tive a honra de conhecer por altura do lançamento do meu primeiro romance "A Rainha de Copas", em 1998, já que foi ele que procedeu à sua apresentação pública, e Adelino Gomes, entre outros. Mas, do que ouvi, parece-me ser um romance muito interessante, com raízes históricas, embora não histórico, como o próprio autor insistiu em afirmar, que narra uma época ainda muito desconhecida dos portugueses, a época do final da ditadura de Salazar.

Já tenho o livro e assim que terminar de ler "Jerusalém", de Gonçalo M. Tavares (brilhante até ao momento), irei degustá-lo e comentar.

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26/10/2007

Cientistas fizeram progresso

Segundo notícia do semanário Sol, cientistas em França fizeram uma descoberta importante na luta contra o vírus da SIDA, conseguindo descobrir uma forma de impedir a multiplicação do vírus dentro do organismo do infectado.

Uma notícia importante e moralizadora que pode ser lida aqui.

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25/10/2007

O momento mais importante


Excerto de uma das cenas mais impressionantes do guião de "V for Vendetta", um dos filmes mais geniais que vi até hoje e que revejo de vez em quando. É a cena em que V fala com Evey, após a sua brutal tortura (Quem não viu o filme, veja antes o trailer e vá alugá-lo depressa...)

Evey Hammond: You got to me? You did this to me? You cut my hair? You tortured me? You tortured me! Why?
V: You said you wanted to live without fear. I wish there'd been an easier way, but there wasn't.
[Evey whispers, "Oh my God...?]
V: I know you may never forgive me... but nor will you understand how hard it was for me to do what I did. Every day I saw in myself everything you see in me now. Every day I wanted to end it, but each time you refused to give in, I knew I couldn't.
Evey Hammond: You're *sick*! You're *evil*!
V: *You* could've ended it, Evey, you could've given in. But you didn't. Why?
Evey Hammond: Leave me alone! I *hate* you!
V: That's it! See, at first I thought it was hate, too. Hate was all I knew, it built my world, it imprisoned me, taught me how to eat, how to drink, how to breathe. I thought I'd die with all my hate in my veins. But then something happened. It happened to me... just as it happened to you.
(...)
[Evey continues sobbing]
V: They took your parents from you. They took your brother from you.
[Evey groans]
V: They put you in a cell and took everything they could take except your life. And you believed that was all there was, didn't you? The only thing you had left was your life, but it wasn't, was it?
[Evey sobs, "Oh please...?]
V: You found something else. In that cell you found something that mattered more to you than life. It was when they threatened to kill you unless you gave them what they wanted... you told them you'd rather die. You faced your death, Evey. You were calm. You were still.

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Steiner e os génios


George Steiner, em conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, teceu considerações sobre a Europa nos dias de hoje. Falou da incapacidade de gerarmos nos dias que correm génios como Bach, Mozzart ou Platão e afirmou que a Europa está a morrer, passando o papel intelectual para os outros países em vias de crescimento.

Obviamente que concordando com parte das suas teorias e não pondo em causa a genialidade deste afamado investigador, tão premiado e conceituado em todo o mundo, parece-me que a afirmação em causa é, no mínimo, infeliz. Primeiro, que eu saiba, Mozzart ou Bach não foram grandes génios da humanidade porque tenham sido ensinados a sê-lo. Não se ensina a genialidade, ensina-se apenas a técnica. E, quanto a isso, até tenho a certeza de que existem hoje métodos de ensino artísticos muito mais avançados do que na altura em que estes génios apareceram.

E, na verdade, também não me parece que exista uma real ausência desses génios artísticos nos dias que correm, até porque é impossível comparar épocas, quando hoje existem tantas novas formas artísticas que não existem há séculos atrás. Ou não se podem considerar génios personalidades como Andrew Lloyd Webber, Tim rice, Ennio Morricone, Bjork, Dulce Pontes, Luciano Pavarotti, Monserrat Caballet, Bono Vox, Ben Kingsley, Pedro Almodovar, Roberto Benigni, Milos Forman, Wim Wenders, John Cleese, Milan Kundera, Harold Bloom, José Saramago, Harold Pinter, Dario Fo, Italo Calvino, Camilo José Cela, Agostinho da Silva, Lyotard, Derrida, entre muitos outros?

Quando aparece um génio com a lucidez e a criatividade de um Bach, ele atinge esse patamar por mérito próprio e não por influência externa. Achar que é a influência cultural exterior que faz aparecer os inovadores e pioneiros, aqueles que rompem com o que já existe, é um contrasenso.

E obviamente que hoje é mais difícil criar teorias e harmonias completamente originais. Já muito foi criado e muitos são aqueles que tentam todos os dias fazê-lo. No tempo de Mozzart ou Bach, não era assim. Apesar da sua genialidade, eles eram privilegiados que, no meio de um povo doente e inculto, tinham a possibilidade de explanar as suas criações para gáudio de todos os poucos que se dispunham a ouvi-los.

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23/10/2007

Mandei-lhe uma carta...

A Teresa Salgueiro acaba de lançar um novo disco. Pelo que percebi do pouco que ouvi na televisão, trata-se de um trabalho interessantíssimo, onde pega em vários temas de autores da MPB, música ligeira portuguesa e outros estilos musicais, e interpreta-os à sua maneira.

Já gosto do trabalho e ainda só ouvi um pouquinho, como pano de fundo na reportagem: era a versão, muito bonita, do "Namoro", tema que conheço na voz de Sérgio Godinho, interpretando um maravilhoso poema de Viriato da Cruz...

"Mandei-lhe uma carta em papel perfumado,
e com letra bonita, eu disse
Ela tinha um sorriso luminoso, tão triste e gaiato,
Como um sol de Novembro, brincando de artista,
Nas acácias floridas, na fimbria do mar... la ra la ra..."

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21/10/2007

Comprar tempo


Gonçalo M. Tavares ganhou, no Brasil, perante a concorrência de outros grandes autores, entre os quais o meu muito estimado Mia Couto, o prémio literário da Portugal Telecom que, além do prestígio lhe dá também um bom conforto económico. O prémio é merecido pois, apesar da sua juventude enquanto escritor - só publica há seis anos e já tem cerca de vinte livros nas bancas -, é realmente notável e tem um estilo único. Confesso-me um admirador das suas crónicas, que no seu estilo rápido e certeiro são extremamente provocadoras, e consegue sempre surpreender nos seus livros, quer na colecção "O Bairro", quer nos livros negros. Confesso que ainda não li "Jerusalém", a sua obra mais famosa e que lhe tem dado acesso aos maiores prémios que já ganhou, como este no Brasil, o Prémio José Saramago ou o Prémio Ler/Millenium, mas está na lista das próximas aquisições.

Mas este post tem outra função além de dar os parabéns a Gonçalo M. Tavares. Numa entrevista dada ao Correio da Manhã, na reacção à vitória nesse galardão por terras brasileiras, o autor afirma que o prémio monetário de cerca de 37 mil euros é importante não por questões de luxo ou riqueza material, mas porque lhe "compra tempo" para poder recusar outros trabalhos e concentrar-se na escrita.

Percebo perfeitamente o que quer dizer. Sempre que há uma folga no orçamento também penso isso: que bom, posso agora ficar um pouco mais concentrado naquilo que mais gosto e menos nos trabalhos que se fazem apenas para poder pagar a renda e comprar o almoço.

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Frases bonitas

Num dos canais da TV por cabo vejo mais um anúncio que me deixa preocupado. O senhor do anúncio pergunta se, muitas vezes, não tenho vontade de dizer algo romântico, mas não sei como. Então propõe-me que envie uma sms para determinado número, que, por um pequeno custo, receberei a seguir uma frase romântica. E então, terei apenas que usar a minha imaginação e conquistar a minha amada.

Se calhar sou eu que sou antiquado e estou a ver mal as coisas, mas quando uma pessoa quer dizer algo romântico é porque tem, por princípio, um alvo em mente, a não ser que goste de dizer frases de "amor" para o ar. Então, não há melhor inspiração do que a pessoa em causa e, acredito eu que sou romântico, mesmo uma frase simples mas honesta em relação ao que se sente é muito mais significativa do que uma frase feita qualquer que nem sequer tem nada a ver com a pessoa em questão.

E... depois de receber a frase é só usar a imaginação? Porque não se usa antes? O que se passa afinal? Será que andamos tão mortos por dentro, tão cegos que até já precisamos de ajuda para dizer algo a quem gostamos? E, ainda por cima, frases feitas e horríveis, iguais para todas as pessoas?

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17/10/2007

A prosa de Hemingway


Apesar da tourada não ser uma temática que me interesse minimamente, leio "Fiesta", o segundo romance de Ernest Hemingway, autor de quem, além dos obrigatórios "Por quem os sinos dobram" e "O velho e o mar", ainda não tinha lido outro romance.

Gosto imenso da sua escrita, da extrema facilidade com as que os diálogos surgem, da fluidez das descrições, da não complicação do discurso. As personagens ganham vida porque se comportam como pessoas, porque aparecem no livro sem qualquer aparência plástica, mas sim como indivíduos com vícios, hábitos, tiques, características que os diferenciam uns dos outros, mas sem serem demasiado óbvias ou empurradas.

Admito que, às vezes, quando se escreve um romance, é difícil resistir à tentação de tentar criar personagens absolutamente únicas, com características tão diferentes das pessoas que nos rodeiam que se constituirá como uma personagem inesquecível. Mas, fora casos de enredos mais fantásticos ou mesmo com um cunho mitológico ou de extremo mistério, a verdade é que as personagens mais fantásticas são as que conseguem, sendo iguais a qualquer outro homem, têm a sua individualidade e a sua maneira única de ser. As outras, que têm características exageradas nessa ânsia de serem únicas, correm mesmo o risco de se tornarem ridículas.

Para mim, ler Hemingway não é apenas um prazer. É uma lição de como escrever, sem complicações, um bom livro e criar boas personagens.

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Com ou sem mãos

No meu zapping diário, vejo parte da Praça da Alegria, no Canal Um. Jorge Gabriel e Sónia Araújo entrevistam Paulo, um jovem que nasceu sem mãos nem pés, mas que é completamente independente, está a tirar um curso de treinador de futebol, sonha ser actor, tem uma namorada muito bonita e estudou em Coimbra (creio que não estou a dizer mentira nenhuma, pois escrevo de memória, mas o seu percurso é, com certeza, parecido com o que estou a contar).

Obviamente que qualquer pessoa se emocionará com este testemunho de coragem e força de vontade. Ninguém ficará indiferente a este exemplo e admirará o jovem, com uma lágrimazita no canto do olho, afinal, coitado, consegue ter uma vida normal apesar de tantas dificuldades. Eu, claro, não fugi à regra.

No entanto, o mais importante que se pode retirar deste caso é o que foi dito por uma das participantes no programa, de cujo nome não me lembro, mas que dizia que, apesar de não parecer, o Paulo acaba, no fundo, por ser um privilegiado. Porque apesar das óbvias deficiências a nível físico, tem uma característica rara nos dias que correm, que é um cérebro perfeito. Ou seja, uma mente forte, um cérebro que não se deixa abater, que raciocina com lógica e vigor, e essa é a maior arma que o ser humano pode ter.

Concordo perfeitamente com este testemunho e atrevo-me mesmo a dizer que, se o Paulo tem uma deficiência motora, a maior parte dos outros Homens tem uma deficiência a nível de coragem. Ao nível da moral, da confiança, da força de vontade e da lucidez. E essa é realmente a mais importante. De que vale ter mãos e pernas se não temos nada que fazer com elas, se nos fechamos em nós, se não sonhamos, se não tentamos fazer algo que faça diferença? Se nos limitamos a seguir o dia a dia e a ser inundados pelas modas e trends?

A verdade é essa e é inabalável: uma mente em boas condições, saudável, corajosa e com uma visão ampla do mundo permite que tudo o resto seja possível. Com ou sem mãos.

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15/10/2007

Mais uma vez...

Francisco Louçã, o eternamente revoltado líder do Bloco, disse, para variar e para surpresa geral, que tudo está mal. Falando em concreto no Orçamento de Estado para 2008, afirmou que era mais um desastre do Governo Socialista.

Agora a sério, e sem conversas para boi dormir: será que todos os Governos que estiveram até agora no poder tomaram apenas decisões erradas? Será que nunca houve uma única decisão certa?

Quando é que vai finalmente aparecer uma nova forma de fazer política onde deixe de existir tanta hipocrisia, tanto negativismo, tanta crítica só por ser crítica e comece a haver alguma coisa de construtiva? Quando é que este País vai produzir políticos a sério e não demagogos?

Será que não há ninguém farto de tudo isto?

Será que as novas gerações, no meio dos Morangos com Açúcar e do Wrestling vão ser capazes disso? O pior é que tenho medo que não...

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14/10/2007

A reportagem sobre os segredos da Maçonaria


Vi na TVI parte de uma grande reportagem sobre os "segredos da Maçonaria", feita com a conivência das diversas ordens maçónicas e com a visualização de imagens dos templos, dos trajes e dos rituais, tudo a bem da "proximidade da Maçonaria ao grande público".

Por um lado compreendo a vontade de que a grande maioria das pessoas, que mesmo ignorante sobre determinado assunto exprime a sua opinião, perceba que a Maçonaria não é nenhum papão, nem nenhum clube de homens maus. Que se trata sim, apesar de como qualquer outro grupo também ter elementos menos positivos, de um grupo privado de homens, que, em sessões rituais, convivem entre si e discutem assuntos do foro intelectual, cultural e espiritual, com o objectivo de tornar cada um dos seus membros um melhor ser humano e contribuir assim para um mundo melhor, com mais liberdade, igualdade e fraternidade.

Mas, por outro lado, não deixo de ficar extremamente preocupado com a reportagem e com o "abrir de portas" que é feito actualmente. Abrir as portas ao "segredo", escancarar o ritual e a tradição para qualquer um ver é, definitivamente, tirar valor ao ritual. Afinal de contas, qualquer ritual que é secreto, é-o não porque os elementos que o conhecem são especiais, mas porque o segredo (ou sagrado) deve ser buscado, deve ser conquistado, e não dado.

Mas compreendo que no mundo de hoje, onde todos achamos que temos direito simplesmente a ter, independentemente de lutar pelas coisas ou não, em que já ninguém busca por nada a não ser a imagem e o gozo fácil, seja complicado perceber o que é isso de "buscar um segredo". Abrir as portas tem duas consequências: o ganho de prestígio junto do grande público mas, ironicamente, a perca de valor do simbolismo. E não é esse simbolismo afinal o grande propósito da Maçonaria? É preciso cuidado para os excessos.

Se uma filosofia existe, ela vale por si, não pelo que os outros dizem. Quem quiser encontrar o segredo, que o busque. Quem quiser apenas falar só por falar, que fale das revistas cor de rosa e da Floribela.

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Não caso!


Com a apresentação do Orçamento de Estado de 2008 foram também apresentadas as alterações tributivas para o próximo ano. E foi com grande mágoa minha que vi que o Sr. Sócrates (de quem eu até gostava e defendia até agora) e os seus pares decidiram aumentar o IRS para os solteiros, continuando assim a beneficiar aqueles que constituem família em vez dos que preferem manter uma vida independente, quer seja porque ainda não tiveram a sorte de encontrar a cara metade, quer seja porque não sentem vontade de entrar para esse grande clube que é o das famílias portuguesas, com créditos imensos a pagar, dois filhos, almoços com sogros, passeios dos tristes ao domingo e cão para passear. Tudo a bem da ideia de que o País precisa de mais casais e que o Governo é que vai agora decidir o que é melhor para a vida privada de cada um.

Mas, como não sou pessoa de me calar e, por acaso, até me enquadro na segunda categoria referida antes, tenho apenas uma mensagem a deixar ao Sr. Sócrates, no caso de algum dos elementos do Governo ou do SIS andarem por aqui a bisbilhotar blogues que falem do seu nome:

Faça o que quiser, Sr. Sócrates, até me pode multar, mandar prender ou obrigar-me a fazer parte do Governo! Mas eu não me caso!

Tenho dito.

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11/10/2007

Jantar com fado

Jantar na “Adega do Avô”, no Cartaxo, com os amigos Florbela Silva, Ricardo Carriço, Maria Helena Torrado e Miguel Torrado. Entradas deliciosas e fartas, tantas que os secretos de porco preto quase ficaram para segundo plano.

Depois do repasto e de uma deliciosa conversa, a surpresa da noite, preparada pela Florbela. Para surpresa dos restantes (eu já fora avisado de antemão), entrou a Deolinda Bernardo, fadista que já gravou um CD com o Rão Kiao e que vai dar muito que falar nos próximos tempos e, acompanhada à viola pelo grande Zé Pires, deu origem a um espectáculo intimista e esplendoroso. Fados, mas não só. Também música de intervenção portuguesa, poemas de Ary dos Santos (grande amigo da Maria Helena Torrado), alguma MPB e, até, um inacreditável “Sunrise” que aqueceu todos os presentes, até os empregados e cozinheiras que, entretanto, já se haviam sentado connosco a ver o espectáculo, devidamente acompanhado com as luzes apagadas e velas acesas.

A voz da Deolinda Bernardo, ou Deo como assina o disco que irá sair daqui a poucas semanas, é um portento e ela própria é um furacão, um animal de palco como existem poucos, sempre a sentir a música, a interpretá-la não apenas com a voz potente, mas também com os gestos e as expressões. Atrevo-me mesmo a dizer que é uma das melhores intérpretes que já ouvi na minha vida. E a ver pelo ar emocionado dos restantes espectadores, não fui o único a achar isso.

Uma noite deliciosa que já tem data marcada para ser repetida.

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10/10/2007

Maddie

Isto tudo da Maddie já começa a irritar. Principalmente saber que, mesmo que se prove que os pais são os culpados, ainda vai tudo demorar muito tempo até ter um fim. Olho para o dossier Casa Pia e arrepio-me. Será que, caso aqueles pais sejam os monstros que parecem ser, ainda vão passar anos até pagarem a atrocidade do que fizeram?

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08/10/2007

Eterno Woody


Acabei de ver "Scoop", um dos últimos filmes de Woody Allen, desta vez rodado em Londres, e que conta com a minha adorada Scarlett Johanson e o Hugh Jackman, de quem também gosto muito. Não sendo uma obra prima, é um filme divertido que conta a história de uma estudante de jornalismo que recebe a informação de um jornalista famoso recém falecido sobre uma notícia que seria capa de qualquer jornal. Bem ao jeito das comédias do mestre, a estudante vai então, com a ajuda do seu recém amigo e inenarrável "mágico de circo" Splendinni (Woody Allen) tentar investigar o dito caso.

Não sei, digam o que disserem os críticos, que o Woody Allen já não é a mesma coisa, que está longe da forma de "Manhattan" ou de "Hanna e suas Irmãs", que está acabado, não quero saber. Hei-de sempre achar piada ao seu jeito atrapalhado, à forma como enrola as situações, ao humor cortante e subtil que está contido nas frases que derrama nos momentos de atrapalhação. Quase que diria que, quando vejo um filme dele, é por esses momentos que eu espero. O resto, o enredo logo se vê.

Um exemplo é outro filme dele, "A Maldição do Escorpião de Jade" que, não tendo a profundidade dos mais antigos, delicia-me completamente com o seu sentido de humor despretencioso e improvável.

No caso, em "Scoop", também gostei de ver a Scarlett… bom, mas isso não é novidade. Já agora, alguém tem o número de telemóvel dela?

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06/10/2007

De menina Cascais a Cascais Menino

Nova ida ao Casino, mas desta vez ao Estoril, para assistir à estreia da peça “De menina Cascais a Cascais Menino”, da autoria da Maria Helena Torrado e encenação do Ricardo Carriço. Muita gente conhecida no Casino e muitos amigos presentes, curiosamente amigos que são recentes mas com quem existe uma natural empatia.

Confesso que ia completamente a zero, sem expectativas, já que o Ricardo Carriço se tinha fartado de avisar que o Grupo de Teatro de Cascais, de que é encenador, é completamente amador e, conhecedor da realidade dos grupos amadores como sou (já tive alguns textos encenados dessa forma), sei que nem sempre é fácil, com as limitações existentes e mesmo apesar da dedicação dos intervenientes, conseguir um espectáculo à altura dos acontecimentos.

Por isso, a surpresa foi total. A peça, um retrato histórico de Cascais, baseada no livro de Pedro Falcão, “Cascais Menino”, conta a sua evolução desde a sua fundação até aos dias de hoje, falando dos momentos mais memoráveis, das personalidades da terra e das tradições que, infelizmente, se vão esquecendo, ajudando Cascais a tornar-se em algo bem diferente do que era. É uma obra bem conseguida, com mudanças de ritmo, interpretações notáveis (um aplauso especial para o João Quiais, para o Fábio Neves e para a Sara Inês), um guarda-roupas impressionante e coreografias e efeitos especiais que me surpreenderam e emocionaram. Um excelente trabalho que vale a pena ver, até ao final de Outubro, às sextas e sábados, no Casino do Estoril.

Depois da peça, o habitual jantar, num restaurante ali perto que, pelos vistos, fica aberto até às seis da manhã. Para mim, que nos dias normais vivo numa cidade onde quase tudo morre às oito da noite, tudo me pareceu um outro mundo. Ainda por cima rodeado de tanta gente simpática e boa conversadora.

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