Um mundo à parte, cheia de sonhos, alegria e opulência. É o mínimo que se pode dizer da cidade de Los Angeles, na Califórnia. Aliás, até os próprios americanos, no meio de toda a sua espantosa multiculturalidade, admitem essa diferença tremenda entre a solarenga e quente Califórnia, onde a crise parece ainda não ter chegado, e o resto do país.
Capital do entretenimento mundial, onde se localizam os principais estúdios de cinema, as agências de artistas e muitas das editoras musicais mais importantes do mundo, Los Angeles é uma cidade vibrante e com um ritmo muito próprio. Os seus habitantes, de todas as raças possíveis e imaginárias, são, na esmagadora maioria, calorosos, educados e extremamente atenciosos, capazes de irem a extremos para bem receberem os habitantes ou turistas; afinal de contas, Los Angeles é, por excelência, a capital do sonho americano, e a maior parte dos seus habitantes, vindos de todas as partes do mundo e dos Estados Unidos, percebem como é difícil chegar a um local estranho em busca de um sonho.
Por isso, é uma cidade extremamente acolhedora e a sua população extremamente atenciosa e simpática. Em qualquer lado se faz um novo conhecido, seja ao balcão de um bar, num fila para um espectáculo ou mesmo numa loja. Para os europeus, habituados a um convívio frio e desconfiado, é uma surpresa constatar como facilmente é ultrapassada a barreira do primeiro diálogo com qualquer pessoa, não interessa se é homem ou mulher. E não há também lugar a títulos de doutor ou engenheiro, nem tratamentos por últimos nomes. Nada de complicações presunçosas tão típicas dos europeus.
Percebe-se facilmente que o profissionalismo é ponto de honra na cidade, onde raramente se vêem conduções perigosas, empregados mal dispostos ou lixo deitado para o chão. As regras são para cumprir e há momentos para tudo. Se é hora de trabalhar, a concentração e disponibilidade são máximas. Mas se é hora de diversão, não há limites.
Os horários são bem diferentes dos europeus e mesmo dos vividos na costa leste dos Estados Unidos. Em Los Angeles, para aproveitar o bom tempo (as temperaturas andam todo o ano entre os 15 e os 35 graus, com apenas uma leve brisa refrescante), o dia começa cedo. Às sete da manhã já muitos angelinos estão a trabalhar para que, às seis e meia da tarde seja já hora de jantar. É por isso que, pelas nove, os bares e as ruas estão cheias de gente em plena diversão, rindo, brincando sem pudor, confiantes em si, na sua figura e nos seus impulsos. E, pelas duas da manhã tudo termina. As discotecas fecham e os angelinos dão uma última volta pelas ruas das cidades, sentam-se nos balcões ao ar livre para comerem um último hot dog, antes de se recolherem para, de manhã cedo, estarem de novo na rua.
04/05/2009
Viagem a Los Angeles - parte 1 (reportagem)
Publicada por Luís Costa Pires à(s) 12:24
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