Telefonaram-me do Região de Leiria a perguntar o que pensava da substituição da Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, por António Pinto Ribeiro. Por acaso tinha sabido da notícia há pouco tempo e ainda não tinha pensado bem no caso.
Mas de qualquer maneira, também não havia muito que dizer. Na verdade, não aconteceu nada de especial nos ultimos dois anos no Ministério da Cultura, uma das áreas menos activas do Governo de Sócrates, mais preocupado com o défice e com a ASAE. Os velhos problemas com que se debatem os artistas e os produtores culturais continuam, assim como o enorme afastamento entre o público e a arte produzida em Portugal.
Respondi ao jornalista Manuel Leiria que, apesar de sonhar ainda com um Ministro da Cultura que venha realmente da área cultural (Isabel Pires de Lima tem obras publicadas, mas é uma académica), vou dar o benefício da dúvida ao novo ministro, pois o importante não é o currículo, mas o que se faz na prática. E que o mais importante é mesmo conseguir encontrar formas de criar condições adequadas para a produção cultural e, posteriormente, à sua divulgação e contacto com o grande público, em vez de se continuar simplesmente a separar a arte como "coisa elitista" e criar a ideia de que os investimentos do Ministério da Cultura são "dinheiro gasto para alimentar a barriga de meia dúzia de intelectuais".
Afinal de contas, isto acredito eu, a cultura que um povo produz tem consequências enormes na identidade dessa nação, na sua união, na criação de objectivos, e na moral comum. E o nosso país, neste momento, não tem identidade. Já não sabemos quem somos, se portugueses (e o que é isso de ser português?), se europeus, se uns seguidores reles da cultura americana.
De qualquer forma, mais uma vez, podem ler o artigo completo sobre o tema, aqui.
04/02/2008
Entrevista sobre a saída da Ministra
Publicada por Luís Costa Pires à(s) 05:24
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