03/07/2004

Sophia

Não há nada a fazer quando a morte chama o nome dos Homens. Não há nada que se possa fazer para impedir essa viagem, dolorosa para os que ficam, incógnita para os que partem.
Sophia de Mello Breynner Andresen foi chamada e deixou mais pobre um País que, ainda que pouco dado à leitura e poesia, sabia reconhecer o seu talento, a forma límpida como escrevia a natureza e o amor, a magia das crianças e as pequenas coisas do dia a dia.
É sempre fácil fazer homenagens quando alguém parte. Nessas alturas, todos são recordados pelo bem e pelo talento. No meu caso, sinto-me absolvido. Prestei-lhe homenagem cada vez que me emocionei com os seus poemas. E, mais singelamente na altura, mas agora de uma importância acrescida, quando dei o seu nome a uma gata branca e de olhar azul e sonhador que veio parar a minha casa.
E essa ainda aqui está, ao meu lado, deitada confortavelmente a dormir, como se lhe nascesse no sonho algum novo poema.

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