Numa entrevista ao Der Spiegel (aqui traduzida para português), Umberto Eco afirmou, no meio de uma sequência lógica de pensamentos, perguntas e respostas, que o Google era a tragédia dos jovens, frase imediatamente utilizada para título da entrevista. Obviamente que numa primeira vista e fora de contexto, a frase parece estranha e motivou logo grande movimentação em blogues e nos fórums dos órgãos de comunicação social.
Curiosamente, não me parece que haja sequer motivo de polémica. Afinal, se é verdade que a internet (não o Google, porque não é o único motor que existe) permite um acesso rápido e fácil a uma quantidade quase infinita de informação, também é verdade que é difícil saber qual dessa informação é verdadeira ou não. É isso que é preciso ter em atenção.
Por isso, o alerta de Eco faz todo o sentido e que já tinha defendido em algumas conversas com amigos. Uma das preocupações futuras que os sistemas de educação devem ter é ensinar o estudante a discernir entre o que é verdade ou mentira, entre o que é informação válida ou criação. Afinal, cada vez mais o importante não é deter toda a informação dentro do cérebro, mas sim saber como, rapidamente, obter o que é necessário para cada ocasião.
09/12/2009
Umberto Eco e o Google
Publicada por Luís Costa Pires à(s) 04:00
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2 comentários:
''Afinal, cada vez mais o importante não é deter toda a informação dentro do cérebro, mas sim saber como, rapidamente, obter o que é necessário para cada ocasião.''
Por isso é que és escritor, no outro dia tentei explicar isto a uns amigos 'sabichões' mas levei muito mais tempo e acho que não os convenci.
:-)
Pois é. Esses "sabichões", alguns deles já possuidores de canudos & cunhas, no que estão interessados é em complicar, para ocultarem a sua própria miséria intelectual, o óbvio e o simples: ninguém está em condições de saber tudo, com ou sem internet.
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