08/03/2004

Woody Allen

Sou um fã absoluto de Woody Allen. E, mesmo notando que o genial autor e director já não consegue criar as obras primas de antigamente (com excepção de "A maldição do escorpião de jade", que considero ao nível das melhores obras dele), continuo a não perder os seus filmes. Ontem vi o último a sair em Portugal, "Hollywood Ending", a história de um realizador de cinema que já foi o maior e que hoje está na miséria (um pequeno auto-retrato?), e que, na sua última chance de realizar um filme de sucesso, devido à sua patologia psicológica, fica cego. É a história de um realizador cego que tenta filmar a sua obra prima sem que ninguém perceba a sua incapacidade, com todas as cenas hilariantes que surgem na sua missão.
O humor dos filmes escritos por Woody Allen é único. Como actor, mais único ainda é. Os gestos nervosos das suas personagens, sempre parecidas umas com as outras, psicóticas, loucas, incoerentes, sarcásticas, frustradas, com relações fracassadas, são fantásticos. Gostei do filme, embora volte a repetir que não é uma obra-prima.
Mas hoje, ao rever "Toda a gente diz que te amo", volto a relembrar a total genialidade do autor. E queria compartilhar convosco só este diálogo, de entre muitos brilhantes, entre a personagem interpretada por Drew Barrymore e os seus pais, completamente apavorados por verem a sua filha desistir de um casamento com um jovem de sucesso para ficar com um assassino acabado de sair da prisão.

"- Mãe, comprenda! Ele tem um enorme magnetismo animal!
- Ok, então vamos levá-lo para o Jardim Zoológico.
- E, no entanto, parece uma criança.
- Ok, fica no zoo dos pequeninos."

Não sei se concordam comigo. Mas eu acho que isto é digno de uma antologia.

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