29/09/2007

Um animador na Figueira

Casino da Figueira para assistir a um espectáculo de Guilherme Silva, cantor moçambicano, de onde também sou oriundo, que está no Brasil há alguns anos, a morar na zona de Fortaleza, com uma agenda de espectáculos impressionante. Conta-me que já chegou a fazer três espectáculos no mesmo dia e que, cada vez, tem mais solicitações.

Apesar de já o conhecer há alguns meses, ainda não tinha tido a oportunidade de o ver cantar. Mas hoje vejo-o, one man show, a surpreender o Casino. De início, o bar está relativamente vazio, de qualquer forma é cedo, o Porto acabou de vencer o Boavista, altura de se começar a sair de casa.

Com a sua voz rouca e polivalente, com a sua manha própria de descobrir exactamente qual a música indicada para cantar a seguir, começa a animar os presentes que, pouco a pouco, vão sendo cada vez mais. Para minha surpresa, de repente, o bar do Casino está cheio, com vários casais a aventurarem-se até a dançar.

Percebo nessa altura a razão do sucesso do Guilherme. Grandes vozes, como a dele, há muitas por aí. Felizmente que existem muitas pessoas abençoadas com esse dom. Mas o que ele tem é um carisma muito próprio, é um artista no verdadeiro sentido da palavra, um animador. Aliás, por alguma razão é que, chegando ao Brasil vindo de um país pobre e com poucas referências culturais como é Moçambique, conquistou estatuto rapidamente no norte brasileiro e gravou mesmo há pouco tempo um CD com letras de um magistrado de Brasilia e com a participação de alguns cantores de topo brasileiros, entre as quais a Elba Ramalho.

Brevemente vêm mais novidades. Inclusive um disco por cá com a participação de alguns nomes bem sonantes da nossa praça musical e literária… mas não posso revelar mais nada por agora, pois ainda está tudo no segredo dos deuses. Mas tenho a certeza de que vai arrasar.

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