19/12/2007

Afinal vou ver "A Bússola Dourada"

Segundo notícia do semanário "Sol", o jornal do Vaticano criticou o filme "A Bússola Dourada", do norte-americano Chris Weisz, qualificando a saga de "gnóstica, anti-Natal e soixante-huitarde".

Bom. Como já estou um pouco cansado de filmes de aventuras fantásticas, tinha pensado em não ir ver este. Mas, se incomoda assim tanto o Vaticano, então só pode ser bom.

Este fim de semana não me escapa.

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"Call Girl", ontem

Ante-estreia do filme "Call Girl", de António Pedro Vasconcelos, produzido pela MGN Filmes, de Tino Navarro, no Teatro de São Jorge, em Lisboa. À chegada, uma sala bem recheada de figuras públicas cheias de curiosidade para ver o filme e uma Soraia Chaves deslumbrante num vestido púrpura que, juntamente com o restante elenco, davam entrevistas para todos os órgãos de comunicação social deste País.

É bom ver que o cinema português começa a chegar com mais força à comunicação social, pois só assim poderá começar a atrair público e a gerar uma indústria com qualidade.

E, apesar de não ser um filme perfeito, "Call Girl" é claramente uma boa tentativa de fazer as pazes com o público português e será, com toda a certeza, um sucesso de bilheteira. É um filme descontraído, sem pretensões, com alguma acção, com muitas cenas ousadas e muita linguagem corrente (aqui talvez haja um excesso no uso dos palavrões), onde, sem ter que pensar muito, o espectador diverte-se e fica entretido com aquelas personagens e as suas desventuras durante as quase duas horas do filme.

De realçar a excelente interpretação de Nicolau Breyner, claramente o que melhor encarnou o personagem que lhe foi entregue, de político honesto, mas seduzido pela beleza da esplendorosa Soraia Chaves. De resto, Ivo Canelas teve momentos muito bons, embora não tenha conseguido manter esse nível elevado durante todo o filme, enquanto que Joaquim de Almeida e José Raposo estiveram à altura do que era exigido.

Soraia Chaves esteve bem, embora num papel ingrato. É difícil mostrar talento de interpretação numa personagem cuja maior parte das cenas são sexuais. Nesse campo esteve muito bem, muito à vontade com o seu corpo (e com razões para isso), nos gestos e nos olhares, mas, na altura de dar as deixas, parecia por vezes mais preocupada em parecer sensual do que em interpretar as palavras. Mas presumo que deve ser um papel complicado de se interpretar, pelo que tem que se considerar, obrigatoriamente, a sua prestação como positiva.

O final do filme tem alguma tensão e adrenalina, o que é sempre de saudar no cinema português, normalmente amorfo, embora, me pareça que o filme teria ganho se algumas personagens e cenas tivessem sido cortadas, tornando-o mais compacto e mais eficaz. Mas o filme cumpre perfeitamente o seu propósito de entretenimento e os fãs de Soraia Chaves não vão, com toda a certeza, ficar desiludidos com o filme.

Foi uma óptima noite, na companhia de muitos amigos que não via há muito tempo, e que, depois, terminou no Speak Easy, sempre excelentemente representado pelo inexcedível Gil do Carmo, onde uma noite musical se prolongou madrugada fora. Entre a oportunidade de reencontrar um outro grande amigo que não via há anos, o grande Luís Pinto, actual teclista dos Anjos, o prazer de beber um copo ao lado de Mariza, que estava no local e que, quase, quase, foi convencida pelos músicos a cantar uma música para os presentes.

Teria sido a cereja no topo do bolo. Mas mesmo sem essa cereja, o bolo foi saboroso.

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15/12/2007

Sermos o poeta que nascemos

Dizia o mestre Agostinho da Silva que, com toda a certeza, o homem não nasceu para este mundo difícil de obstáculos e de trabalho, mas sim para sonhar livremente, para que cada um de nós possa ser o poeta que nasceu.
Nunca percebi porque é que tanta gente tem medo de se perder nos sonhos. Sempre que alguém sonha com força suficiente, o mundo dá um salto evolutivo. E é verdade que um único homem, com um sonho grande o suficiente, pode mudar o mundo. A história está cheia de exemplos disso. E esse é o único verdadeiro caminho. Deixarmo-nos inundar pelos sonhos, pela vontade que sentimos e agir de acordo com ela. Assim, quem sabe, possamos transformar o que nos rodeia.
E sermos livres e agir perante o nosso livre arbítrio outra vez.

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13/12/2007

A greve dos argumentistas


A greve que os argumentistas estão a fazer nos Estados Unidos corre os noticiários do mundo, pois a mesma, que dura há mais de um mês, já afectou a rodagem de séries que são seguidas atentamente por milhões de pessoas pelo mundo fora. Ao contrário do que acontece cá, é hábito nos EUA reconhecer-se o talento e não a mediocridade. Por isso, os seus argumentistas são reconhecidos pelo público e bem pagos. Ou antes, são bem pagos em comparação com o resto do mundo, já que, ainda assim, os seus salários não chegam aos calcanhares dos valores milionários dos actores e realizadores. Basta lembrar que, por exemplo, Lindsay Lohan, uma jovem actriz de 20 anos, de talento mediano, recebe 7 milhões de dólares por cada filme que roda.



Normalmente não sou a favor de greves, que são, na maior parte do caso, meros exercícios políticos mascarados pelos sindicatos ou, então, justificações para dias sem trabalhar. Acredito que uma greve deve existir apenas quando se fundamenta na luta por direitos elementares. Acredito também que não há nada mais importante num filme ou numa série do que o seu argumento. A ideia que está por trás do enredo, os diálogos, a sequência dos acontecimentos, a riqueza das personagens, tudo isso é que cria a base para um bom filme. E como os argumentistas americanos apenas estão a lutar pelo direito óbvio de receber uma percentagem das vendas dos DVDs e dos downloads na internet das suas criações, parece-me justo.
E a prova de que é uma greve justa é que ela não termina até que os seus objectivos sejam alcançados. Nada parecido com a maioria das greves que normalmente se vêm por cá, que duram 2 ou 3 dias, apenas o tempo suficiente para um líder sindical mandar umas bocas ao governo.

É por isso que acho imensa piada ao risível apoio que os argumentistas portugueses resolveram dar aos americanos há coisa de 15 dias. O apoio consiste no apelo a que todos os argumentistas do nosso país deixem de escrever das 12 às 13 horas, já que, e segundo declarações do sindicato, “os direitos pelos quais os nossos colegas norte-americanos lutam neste momento, e muitos outros que eles já conquistaram no passado, são em Portugal ainda a matéria de que se fazem os sonhos”.

Ou seja, os nossos argumentistas vão apoiar a causa e lutar pelos seus direitos antecipando a hora do almoço. Parece-me bem. É para que esses produtores e canais de televisão aprendam que não se brinca com um argumentista português!

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Nobel da vergonha

Ramos Horta disse numa entrevista que propunha o nome de Durão Barroso para Nobel da Paz.

Bom... se por acaso isso algum dia acontecer, tenho a certeza de que não existirá outro dia em que me irei sentir tão envergonhado de ser português.

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Regresso

Novamente de regresso ao blog, após duas semanas de preocupação com o estado de saúde da minha mãe que, felizmente, já está bem.

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