23/05/2010

Um abraço para o Beto

O Beto partiu desta vida e deixou o País realmente mais pobre. Era humilde, simpático e tinha um talento incrível. Uma voz lindíssima. Ainda há duas semanas tinha estado a falar com ele, relembrando um seu concerto que tive a honra e oportunidade de produzir em Peniche na sequência de um dos seus CDs, no Festival Sabores do Mar, lá para 2004.

Parece impossível que a vida seja assim tão frágil. Mas é. É por isso que a temos que aproveitar como se cada dia fosse o último.

Um grande abraço para o Beto e as condolências para a sua família.

10/05/2010

A Luz. Ao fundo dos túneis.

O Benfica é o justo campeão. É a melhor equipa de Portugal. É-o neste momento e foi no passado. Sim, porque se quisermos falar do passado, não vejo porque se há-de falar apenas nos dez anos anteriores. Passado é passado, todo ele, todo junto, é a história no seu todo, não apenas o período que dá jeito a alguns. E o presente é o agora. Onde é o campeão. Sim, também o tempo é benfiquista.

Mas, como campeões, pensa-se agora no futuro. Os vencedores nunca descansam nos louros. Querem sempre mais.

O Braga surpreendeu-me esta época. Mostrou que já tem alguma estrutura e estofo de campeão. Pelo menos no que diz respeito aos adeptos, que já são iguais às claques do FC Porto, que tem sido uma equipa de sucesso nos últimos anos. Alguns deles já são maus perdedores e ordinários que vandalizam ruas e não aguentam a felicidade dos outros. Parabéns.

Falcão é bom jogador. Lutador, inteligente, boa técnica, excelente no jogo aéreo. Mas, sendo falcão, não podia ser águia. E Cardoso é. Águia, monarca dos céus.

Mas enfim, deixando de falar de futebóis, alguém me explica a razão de hoje o país estar mais sanguíneo, mais "vermelhamente" apaixonado? E de as pessoas andarem na rua um pouco menos "blue"?

01/05/2010

Um punhado de cobardes

Em 1999, o húngaro István Szabó escreveu e realizou um filme notável chamado Sunshine. Neste filme, cujo papel principal é interpretado pelo brilhante Ralph Fiennes (A Lista de Schindler, O Paciente Inglês), ficamos a conhecer a história de uma família húngara, de apelido Sunshine, que, ao longo dos tempos do holocausto nazi, sobrevive através da venda de um elixir milagroso de cuja fórmula é a orgulhosa proprietária.

No entanto, pelo meio de toda a trama, cheia de desencontros familiares, amorosos e de conflitos religiosos e de honra, existe uma cena que me parece particularmente interessante. Em pleno campo de concentração nazi, um grupo de quatro ou cinco soldados alemães humilha uma multidão de judeus prisioneiros. No meio de toda a perplexidade e nojo gerados pela cena, sobressai um pensamento: não poderiam aquelas centenas de prisioneiros ter subjugado o punhado de soldados, mesmo que armados? Os soldados alemães apenas poderiam eliminar uns quantos prisioneiros antes de serem detidos. Então por qual razão é que os prisioneiros não se rebelaram?

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